quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Inexistência


Quando criança
Sofrimento precoce
Eu brincava, às vezes,
De não existir.

E quando eu não existia
A quintessência do nada
Me acalantava a alma
E eu me sentia feliz sem mim.

Data desse tempo
Minha sede de inexistência.
Escondida à sombra dos abismos do mundo,
Ria, menina peralta,
Ao pensar que o Universo me procurava em vão.

Nara Rúbia Ribeiro

Foto de @lovepaperplane

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