domingo, 9 de junho de 2019

Jogo a minha rede no mar da vida e ás vezes, 
quando a recolho, descubro que ela retorna vazia. 
Não há como não me entristecer e não há como desistir. 
Deixo a lágrima correr, 
vinda das ondas que me renovam,
 por dentro, em silêncio, 
dor que não verte, envenena. 
O coração respingado, arrumo, 
como posso, os meus sentimentos. 
Passo a limpo os meus sonhos. 
Ajeito, da melhor forma que sei,
 a força que me move. 
Guardo a minha rede e deixo o dia dormir.
Com toda a tristeza pelas redes que voltam vazias, 
sou corajosa o bastante pra não me acostumar com essa ideia. 
Se gente não fosso feita pra ser feliz,
 Deus não teria caprichado tanto nos detalhes.
 Perseverança não é somente acreditar na própria rede...
Perseverança é não deixar de crer na capacidade de renovação das águas.
Hoje, o dia pode não ter sido bom, mas amanhã será outro mar.
 E eu estarei lá na beira da praia de novo.
 
Ana Jácomo 

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