O telefone do ponto chama. Uma voz jovem me pergunta se eu me importo de levar uma gatinha no meu táxi. Óbvio que não. Vamos lá.
Depois de esperar por uns 15 minutos em frente a casa, a garota sai
pela porta correndo atrás da gata, que se recusa a ser apanhada. O bicho
sobe numa árvore como um foguete. A jovem, esbaforida, olha pra mim, me
mostra a gata na árvore, encolhe os ombros. Pergunta se tenho alguma
técnica para pegar uma gatinha arisca. Dou um longo suspiro... já tive
lá minhas técnicas, houve um tempo em que uma gatinha não me escapava.
Analiso a altura da árvore, aconselho a garota a desistir da ideia. Ela
não me deve nada. Ligue para o nosso ponto quando a gatinha estiver
pronta. Ofereço-lhe meu mais sincero sorriso amarelo e parto.
Pequenas derrotas cotidianas que um homem aprende a aceitar.
Mauro Castro
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