Arthur Schopenhauer foi um filósofo alemão do Século XIX que se
destacava diante aos demais filósofos de sua época por focar sua
literatura em temas do cotidiano e não em temáticas acadêmicas mais
sofisticadas como Kant e Hegel. Um livro da biografia do referido autor
que ilustra bem seu foco filosófico é “Aforismos para a sabedoria de
vida”, escrito em 1851.
Foi Schopenhauer que introduziu conceitos indianos e budistas na
metafísica alemã, tais como o nirvana, que seria o estado completo de
felicidade, adquirida pela anulação total da vontade, que na visão do
filósofo alemão é a principal responsável por nosso sofrimento.
Schopenhauer acreditava que o amor era a meta da vida, mas negava que
ele tivesse a ver com a felicidade.
1. Dinheiro
O dinheiro é uma felicidade humana abstrata, por isso aquele que
já não é capaz de apreciar a verdadeira felicidade humana, dedica-se
completamente a ele.
2. Ódio
Mostrar cólera e ódio nas palavras ou no semblante é inútil,
perigoso, imprudente, ridículo e comum. Não devemos mostrar a nossa
cólera ou nosso ódio senão por meio de atos, e estes podem ser
praticados tanto mais perfeitamente quanto mais perfeitamente tivermos
evitando os primeiros. Os animais de sangue frios são os únicos que tem
veneno.
3. Felicidade
Se quisermos avaliar a situação de uma pessoa pela sua
felicidade, deve-se perguntar não por aquilo que a diverte, mas pelo que
a aflige.
4. Dor
Sentimos a dor, mas não a sua ausência.
5. Solidão
O que torna as pessoas sociáveis é a sua incapacidade de suportar a solidão e nela a si mesmos.
6. Religião
As religiões, assim como as luzes, necessitam da escuridão para brilhar.
7. Homem
É preciso ler histórias de crimes e descrições de situações
anárquicas para saber do que o Homem é realmente capaz no que diz
respeito à moral. Esses milhares de indivíduos que, diante dos nossos
olhos, empurram desordenadamente uns aos outros no trânsito pacífico
devem ser vistos como tantos tigres e lobos, cujos dentes são protegidos
por fortes focinheiras.
8. Morte
A morte é a solução dolorosa do laço formado pela geração com
voluptuosidade, é a destruição violenta do erro fundamental do nosso ser
o grande desengano.
9. Mundo
O mundo é o inferno, e os homens dividem-se em almas atormentadas e em diabos atormentadores.
10. Sexo
Pensai no casal mais belo, mais encantador, como ele se atrai e
se repele, se deseja e foge um do outro com graça num belo jogo de amor.
Chega o instante da volúpia, e toda a brincadeira, toda a alegria
graciosa e doce de súbito desapareceram. Por quê? Porque a volúpia é
bestial, e a bestialidade não ri. As forças da natureza agem por toda a
parte seriamente. A volúpia dos sentidos é o oposto do entusiasmo que
nos abre o mundo ideal. O entusiasmo e a volúpia são graves e não
comportam a brincadeira.
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