Foram 1.094 campos de concentração e 1.150 guetos, além de milhares
de fábricas e outros centros de trabalho forçado, de tortura e de morte
Para o jornalista Elio Gaspari, o mundo só começou a encarar o
Holocausto a partir dos anos 1960, com o julgamento público de Adolf
Eichmann em Israel. De fato, a captura do oficial nazista em Buenos
Aires por um comando israelense, seu transporte clandestino para Tel
Aviv e as audiências na Suprema Corte em Jerusalém renderam milhares de
reportagens, centenas de livros e ensaios, questionamentos políticos,
filmes e documentários.
Entretanto, essa revelação histórica – a do mais brutal massacre
institucional de cidadãos promovido por um governo em solo europeu –
poderia ter sido antecipada e exibida ao mundo 15 anos antes, ainda em
1945, caso as autoridades britânicas e americanas não tivessem arquivado
em uma repartição pública militar os cinco cilindros de filme que
registraram em tempo real o horror dos campos de concentração alemães.
Uma decisão jamais discutida, em qualquer tempo, pelos meios de
comunicação, pesquisadores, intelectuais e organizações sociais a quem
caberia, ao menos, uma palavra de indignação diante do ocorrido.
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Sheila Sacks, Observatório da Imprensa
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