Sobre a utilidade e a inutilidade da maledicência para a vida.
O maior prazer do ressentido é a prática da maledicência.
A maledicência é uma palavra do passado para uma ação muito presente.
Ela se refere ao ato de maldizer, a saber, destruir o outro pela palavra.
Palavra maledicente: bala de prata na arma de fogo da boca.
A maledicência é uma guerra travada nos subterrâneos do cotidiano com a arma afiada da língua.
Aquele que maldiz se trai como algoz.
Às vezes o maledicente inveja o inimigo.
Às vezes ele deseja ser o inimigo.
A maledicência é a saída do covarde.
A mentira do maledicente é como toda mentira de perna curta.
Desejar que os maledicentes mordam a língua é uma ato lúdico.
O maledicente desde sempre já perdeu qualquer jogo.
E perdeu a si mesmo morto de seu próprio veneno.
Quem nunca maldisse que atire a primeira pedra.
Ou pare de maldizer.
Márcia Tiburi
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