domingo, 4 de outubro de 2009

O que a Festa do Rosário tem


Quem me lembrou do sorvete foi o velho amigo e colaborar deste Blog Dagvan Formiga.
Como de costume durante os festejos de Nossa Senhora do Rosário em Pombal acorrem para este rincão uns não sei quantos visitantes, vendedores e ambulantes. São duvidoso ouvires com seus adornos, faquis, tatuadores de rena, mágicos que fazem desaparecer nossos relógios de pulso e até carteiras, vendedores da sorte com seus bingos iluminados, parques de diversão, caminhão de abacaxi no domingo no rosário, geladinha em garrafinhas de plástico, barraca de cachorro quente, espetinho (de gato), maçã do amor (iguaria proibida para os usuários de dentadura postiça evidentemente) caipirinhas, caipifrutas, batatinhas fritas em óleo reaproveitável, floristas, fotógrafo com cenário montado em praça público, incluindo um cavalinho de pau para a criançada, mamolengo Benedito, vendedores de rosários, santos em gesso, ladainhas, literatura de cordel, copos de alumínio personalizado com seu nome, trancelim, brincos, pulseiras, óculos importados (do Paraguai), pão com creme, pão aguado com caldo de galinha, caldo de cana, pão doce com abacaxi, cachorro quente, bolo baeta, crepe, queijo coalho na brasa, hippies deslocados de Woodstock, moçoilas apaixonadas por funcionários dos parques de diversão, pagadores de promessa, pagadores de cachaça, filósofos de mesa de bar, bêbado rico (difícil encontrar um bêbado pobre), negro dos pontões movido a pinga, comerciantes de castanhas e amendoim, barraca da igreja, barraca das putas, matuto com sapato apertado e um mundaréu de gente subindo e descendo a praça Getúlio Vargas.

Só uma coisa senti falta: a velha difusora do parque com aquele repertório especialíssimo e um locutor tocando Fernando Mendes, Lindomar Castilho, Carlos Alexandre, Antônio Marcos, Ivan Peter, Giliard e Márcio Greick. Vez por outra, pausa musical para a entonação de um comunicado, serviço de utilidade pública, enfatiza ele, aviso de algum menino que se desgarrou da mãe e se encontra ao pé da roda gigante trajando camiseta branca e bermudinha azul. O oferecimento musical é o carro chefe do programa, de dentro do estúdio de zinco ornado com pôsteres de cantores, o locutor solta o vozeirão para o oferecimento de uma cantiga romântica: "- De um alguém para outro alguém, que não revela quem é porque não pode". É o chamado "oferecimento musical telepático", creio eu.

Fim de festa, após o acompanhamento do rosário, subo a praça Getúlio Vargas para saborear o velho e confundível sorvete. - Qual vai querer moço? - qualquer um!, respondo. Os sabores são todos iguais, muda apenas a cor né?
P.S. Muito bem lembrado pelo amigo Dagvan. Duas ilustres ausências foram sentidas nesta Festa do Rosário de 2009. Senhorita Monga e o Mister Drácula. Dizem as maldosas línguas que suas ausências foram motivadas pela falta de segurança.
É meu amigo, os tempos são outros, os tempos são outros! Lobisomem não assuta mais criancinha....

Um comentário:

Unknown disse...

Essa parte final do texto foi simplesmente fantástica !!! Pensando bem...TODOS TEM O MESMO SABOR...SÓ MUDA A COR !!! AH,AH,AH... Acho interessante esse tom forte na cor rosa. Como o amigo Teófilo mesmo me falou uma vez ao telefone: Aquela cor não está lá por acaso. De fato são cores muito chamativas e estes são o tipo de sorvete que mais lucro dá ao vendedor !! Ah!!! me lembrei de uma coisa !!! Não posso deixar de mencionar uma coisa que acho que nunca mais virá para a Festa do Rosário nestes "tempos modernos" que é a transformação de uma mulher em MONGA- A MULHER MACACO; ou de um homem em DRÁCULA- O HOMEM VAMPIRO !! era hilário; e causava um certo medo mesmo; só que com o decorrer do tempo; foi caindo no rid´´iculo, onde muitos jovens iam só para rir ou fazer prezepadas. Aquele barraco de zinco com uma difusora no teto...uma mulher de biquini dentro de uma jaula e a transformação (jogo de espelhos) é uma lembrança que jamais esquecerei !! :) DIZIA O LOCUTOR : ACORDA MONGAAAA !!!