domingo, 8 de junho de 2008


VIII

Recordo ainda... E nada mais me importa...
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...

Mas veio um vento de Desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...

Estrada fora após segui... Mas, ai,
Embora idade e senso eu aparente,
Não vos iluda o velho que aqui vai:

Eu quero os meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai...
Que envelheceu, um dia, de repente!...


(QUINTANA, Mário. Soneto II. In: ─ . A Rua dos Cataventos; org. Tânia F. Carvalhal. São Paulo: Globo, 2. ed., 2005, pp. 20, “Coleção Mario Quintana”.)

Um comentário:

Unknown disse...

CORUJA,PIPA,PANDORCA, não importa, pois essa bricadeira será sempre eterna no sonho das crianças, pois reflete o desejo que todo o ser humano tem de voar...livre...leve...solto...no céu...sem ter contas para pagar...etc...ah,ah,ah...