a fechar janelas
porque me dói
a vida entre dentro e fora.
Meu gesto lento
sem antes nem depois,
desconhece se abre ou se fecha a janela de uma outra janela.
Sem longe nem perto,
entre sombra e além,
na casa onde o meu corpo começa,
sou eu mesmo a terra que contemplo.
Depois do vidro,
perdida da sua própria imagem,
a paisagem ainda mora toda em mim
E eu, já, nela.
Mia Couto “Tradutor De Chuvas”
sem antes nem depois,
desconhece se abre ou se fecha a janela de uma outra janela.
Sem longe nem perto,
entre sombra e além,
na casa onde o meu corpo começa,
sou eu mesmo a terra que contemplo.
Depois do vidro,
perdida da sua própria imagem,
a paisagem ainda mora toda em mim
E eu, já, nela.
Mia Couto “Tradutor De Chuvas”
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