Mariano Mullerat foi um médico amado por seu povo e por sua família. Ele trabalhava em Arbeca, Espanha, onde nasceu sua mãe.
De acordo com a filha dele, ele amava os pacientes e, quando a família do doente era pobre, o médico deixava dinheiro debaixo do travesseiro.
Além disso, Mariano era muito religioso. Na casa dele, mandou construir um pequeno oratório com um crucifixo.
“Nós, suas filhas, temos o prazer de venerar esta imagem. Toda noite,
antes de irmos para a cama, sentimos como se um ímã nos aproximasse
daquele Cristo. Rezamos, damos graças e refletimos sobre como foi o
nosso dia”, revela uma das filhas do médico.
A família também costumava rezar o terço e o pai lia sempre uma passagem de um livro de Santo Afonso Maria de Ligório.
Sem pertencer a nenhum partido político, Mariano
Mullerat foi eleito prefeito de Arbeca. Em seu mandato, entre outras
ações benéficas à população, instalou calçadas nas ruas e entronizou o
Sagrado Coração de Jesus na prefeitura.
Durante a guerra civil espanhola, em 1936, foi ameaçado de morte.
Mullerat pensou em mudar-se para Zaragoza. Mas lembrou que seus doentes
ficariam abandonados e desistiu da ideia.
Diz sua filha: “Como católico fervoroso e uma pessoa cheia de amor pela profissão, ele ajudava todos os necessitados”.
A filha ainda lembra que, em 13 de agosto de 1936, às seis horas da
manhã, a avó dela disse que era para todos saírem de casa porque tinham
ido buscar o pai. Cerca de 25 guardas estavam na rua e cinco entraram e
reviraram toda a casa. “Meu pai quis beijar o crucifixo. Um guarda o
seguiu e ficou impressionado com a imagem. Tanto que quando os outros
quiseram entrar, ele não deixou. Foi assim que o crucifixo o salvou”,
disse a mulher.
Adela Mullerat ainda conta: “Nós nos reunimos na entrada da casa para
dar adeus ao meu pai. No bolso dele, ele levava um crucifixo e alguns
remédios. Um deles serviu para curar um de seus perseguidores, que ficou
ferido ao disparar a amaram de fogo”.
O médico foi colocado em um caminhão e levado. Ao passar na frente do
quartel da Guarda Civil, uma mulher lhe pediu uma receita para seu
filho, e ele deu. O pai do menino era um guarda. Durante o percurso do
caminhão, pediu aos que o acompanhavam que rezassem pois a vida deles
estava ficando curta.
Depois que foram retirados do caminhão, os guardas os fuzilaram em
uma estrada. Naquele dia, seis famílias perderem seus entes queridos,
que deixaram 13 órfãos.
Mariano Mullerat foi beatificado em 23 de março de 2019. A causa da
beatificação durou 15 anos e foi concluída depois de longas
investigações para provar que ele morreu em nome da fé.
Aleteia
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