Ninguém nasce sabendo ser pai ou mãe. Quando os filhos chegam,
desconheço que venham com manual do fabricante ou com instruções “de
uso”. Ninguém poderia escrever um manual assim, porque cada um dos
filhos é um universo único. O que se pode fazer é tão somente trazer aos
pais algumas reflexões sobre o seu comportamento enquanto educadores
dos seus próprios filhos.
No Brasil, Içami Tiba (Médico Psquiatra, Educador, Escritor) sempre nos convidou à refletir sobre a família e, em especial, à paternidade.
Não
raro observamos filhos que maltratam e dominam os seus pais,
demonstrando precocemente uma tendência à manipulação e à jogatina
emocional movida à chantagem. Içami Tiba, em seu livro “Educação Familiar – Presente e Futuro”, ensina-nos a não ignorar tais situações:
“Se um filho ofende a mãe, esta não deveria atendê-lo. Se a mãe
engole seco e procura atendê-lo, está reforçando a má educação. Se a
mãe, sem ficar brava, disser claramente: “Se você me trata mal, eu saio
de perto de você” (e se afasta), o filho vai aprender que se tratar mal
as pessoas, elas se afastarão.
Não é interessante nem educativo a
mãe se afastar em silêncio ou magoada. Tem de explicar que não aceitou
como o filho a tratou. Não basta o filho vir e pedir algo outra vez. É
preciso que antes peça desculpas pelo desrespeito. Este é o preço que o
filho deve pagar por ter tratado mal a mãe. Se insistir com grosseria,
ele que arque com outras consequências, que devem estar combinadas
antes. Tudo o que é combinado tem de ser cumprido. Mesmo que a vontade
dos pais seja perdoar, alimentam a má educação.”
A inércia, o
silêncio, assim como atender ao filho quando este humilha, maltrata ou
tenta de qualquer modo manipular os pais é anuir ao seu comportamento. É
referendá-lo, incentivando-o a permanecer no equívoco da conduta.
Estejamos atentos tanto aos nossos atos quanto às nossas omissões. A
nossa atenção e cuidado quanto aos laços afetivos são provas de amor.
Nara Rúbia Ribeiro

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