segunda-feira, 30 de junho de 2014

Não ganharemos a nossa Copa

A Seleção brasileira, infelizmente, ainda não conseguiu mostrar até aqui que tem um time preparado e capaz de brigar pelo hexa. O jogo contra o Chile, ao meu ver, foi a pior exibição futebolistica que o nosso escrete poderia ter feito.
 
O time esteve dominado pelos chilenos, desequilibrado técnico, taticamente e emocionalmente. Perdemos, ou melhor, ainda não encontramos a formação criativa do nosso meio de campo. O grupo nas quatro linhas não é compacto e as  infrutíferas jogadas da seleção se repetiram, a exaustão, numa repetitiva ligação aérea direta entre a defesa e o ataque, sobrevoando a nossa inexistente produção de jogados pelo meio. Fato registrado em todos os jogos do Brasil até aqui.
 
De outro lado, o time demostrou claramente em campo a face de um inimigo perigo e oculto: o trato com a emoção! A média de idade da seleção é muito baixa e é formada por jogadores que, em sua maioria, nunca disputaram uma Copa do Mundo, em que pese as suas experiências internacionais. A pressão sobre esses garotos é muito forte e ganha contornos cruéis com o país exigindo numa quase sentença de que eles precisam, a todo custo, ganhar a Copa no Brasil.
 
O que ficou patente aos olhos de todos é que os jogadores se mostram  fragilizados emocionalmente e só Deus sabe como ganhamos do Chile. Chamo atenção aqui para o fato de que não é comum vê jogadores de futebol chorando antes e durante as partidas, emoção que se espera, geralmente, aflorar após os jogos. Não antes.
 
Guardadas as suas proporções, a cena vivida em campo, nas oitavas de finais, pode ser facilmente comparada a uma batalha de guerra onde os combatentes estão em plena dificuldade para avança frente as trincheiras do inimgo até que, de repente, a tropa vê seu comandante, antes do final da batalha, em prantos. A imagem de Thiago Silva, comandante da nossa seleção, sentado em cima da bola chorando antes das cobranças dos pênaltis deve ter, sem dúvida, deixado seus comandados, tentados a levantar suas bandeiras brancas e sair de campo entregando as armas.
 
Assim, não há coração que aguente, dentro e fora de campo!
 
O que se espera de qualquer soldado é no mínimo equilíbrio, sobretudo, para aquele incumbido de ser o comandante de bravos. O desassossego emocional pode ser fatal numa situação de momentânea desvantagem, seja na vida ou futebol.
 
A mim, resta o consolo daqueles que se apegam a tudo quando lhes resta: a esperança de que eu esteja redondamente equivocado, sem contudo fechar os olhos ou me deixar levar pela emoção!
 
 
Teófilo Júnior
30.06.2014

Um comentário:

Anônimo disse...

Caríssimo Teóphilo (o grego)
Você fez uma leitura perfeita da situação. Sem rodeios, foi direto ao ponto. Nossos garotos não estão preparados para serem campeões. Quando o Pelé (o gênio) foi capeão em 58 aos 17 anos, ele tinha consigo uma seleção repleta de gente madura e experiente.

Forte Abraço!
Tarciso Melo