Cientistas entrevistaram 19 mil pessoas sobre
como seriam em 10 anos.Pesquisa foi publicada na revista 'Science', na última
semana
As pessoas se iludem e subestimam as mudanças que
vão passar no futuro, aponta uma pesquisa realizada pela Universidade Harvard,
nos Estados Unidos, divulgada na última sexta-feira (4) pela revista
"Science".
Para chegar à conclusão, os cientistas aplicaram
uma série de questionários pela internet para mais de 19 mil indivíduos entre 18
e 68 anos. Eles perguntaram às pessoas como elas enxergavam as mudanças pelas
quais passaram na última década e como previam o que mudaria em si mesmas nos
próximos dez anos.
As perguntas envolveram questões como mudanças de
valores, gostos, preferências, estabilidade emocional, abertura a novas
experiências e traços de personalidade, além de temas sobre como enxergavam seus
empregos e casamentos há dez anos atrás e pela próxima década.
O resultado é que a maioria dos indivíduos em
todas as faixas etárias eram capazes de discernir as coisas pelas quais passaram
e reconhecer que haviam mudado muito em dez anos, mas acreditavam que pouco
seria alterado em sua vida no futuro.
O fenômeno, chamado de "ilusão do fim da
história" pelos cientistas, aponta que as pessoas parecem acreditar que o estado
em que elas estão no tempo presente é algo permanente, e que quase nada vai
mudar em uma décadas.
"Isso tem consequências práticas, fazendo com que
as pessoas paguem um preço mais caro por oportunidades futuras ao negligenciar
previsões mais realistas de acordo com sua vida atual", disseram os
pesquisadores no estudo.
Daniel Gilbert, psicólogo da universidade e um
dos autores do estudo, disse ter ficado surpreso em como indivíduos mais velhos
- com 48, 58 e 68 anos de idade - parecem subestimar o quanto eles mudarão.
"Você pensaria que, na época em que as pessoas
atingem a meia idade, elas perceberiam que sua banda musical favorita não vai
continuar a ser a sua preferida em dez anos", disse o psicólogo. Em vez disso, o
estudo aponta que as pessoas acreditam que tudo permanecerá bem próximo ao que
está ocorrendo atualmente.
"O que os dados sugerem, e o que obtivemos de
outras informações em nosso laboratório, é que as pessoas não são muito boas em
saber quem eles vão ser e, portanto, não sabem o que vão querer atingir em uma
década", afirmou Gilbert.
Fonte: G1
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