Fotografia que circulou o mundo durante a maior seca da história da região nordeste, ocorrida em 1877 e 1878, mostra de pai e filho cearenses
Conhecido como "A Grande Seca", o evento trágico guardou na memória dos brasileiros muita morte, dor e resistência do povo do Nordeste.
Na época, o fenômeno climático matou cerca de 400 mil nordestinos, quase metade da população do Ceará naquele período. Essa seca marcou a história da região e também foi responsável pela primeira grande diáspora nordestina. Cerca de 200 mil pessoas se refugiaram em outros estados.
José do Patrocínio, jornalista negro e ativista, fez com que as imagens, captadas pelo fotojornalismo fossem transformadas em uma espécie de encarte e publicadas em jornais de todo o Brasil e o mundo.
Houve comoção geral e até o Papa da época enviou mensagens de solidariedade. Após comoção, campos de concentração foram construídos e passaram a abrigar quem já estava para morrer de fome. Corpos eram abandonados diariamente nas portas das casas. Apodrecendo ao sol de 40° apenas os urubus mantinham a dieta sem fome, ao saborearem os corpos dos desvalidos.
As imagens foram feitas pelo fotojornalista
J A Corrêa. Dizem seus biógrafos que, após as captações, o jornalista nunca mais foi o mesmo.
"A Grande Seca" foi retratada em quadros, livros, filmes e séries, mas sua maior presença está nas vozes e memórias de homens e mulheres que passaram aos seus filhos e netos as dificuldades vividas durante a desgraça de 1877.
Texto - Joel Paviotti
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