sábado, 10 de março de 2018

Poucos paraibanos sabem, mas aquele rombo existente no alto do mapa da Paraíba, foi causado pela ação nefasta de um só homem, que transferiu para o Rio Grande do Norte, toda a área da região do Seridó pertencente à Paraíba, através de um projeto de Lei aprovado pelo Senado do Império e convertido em Lei que tomou o número 16, a 18 de março de 1835. O autor da façanha foi o padre Francisco de Brito Guerra, senador do Império, representante o RN, sem qualquer reação enérgica dos políticos paraibanos. Esta área compreende os municípios de Jardim de Piranhas, Timbaúba dos Batistas, Serra Negra do Norte, São João do Sabugi, São Fernando, Caicó, São José do Seridó, Ouro Branco, Ipueira, Cruzeta, Jardim do Seridó, Acari, Carnaúba dos Dantas, Parelhas, Santana do Seridó e Equador, além dos distritos Lagoinha, Rodeador, Lajinha, Caboclo, Domingos, Saco Seco, Amparo, Poços, Vapor, Bonsucesso, Cachos, Mangabeira, Solidão, Pedra do Sino, Gois, Juá, Timbaúba, Retiro, Aroeira, Humaitá, Viração, Manhoso, Talhada, Carnaubinha, Currais, Nova Sorte, Bola, Barra da Craibeira, Riachão, Várzea, Palma, Quixabinha, Pau D’arco, Pitombeira e Jasmim, muitos deles já transformados em municípios. Em 1988, quando eu ocupava o cargo de Secretário Parlamentar da Câmara dos Deputados, em Brasília, durante a Constituinte, sugeri ao então deputado João da Mata, a apresentação de um projeto à Comissão de Sistematização, visando recuperar o território perdido e propondo a volta aos limites anteriores, tendo como justificativa uma cópia do meu livro “Uma História de Limites”, que passei a denominá-lo de “As Bases da Reunificação”. O projeto foi apresentado à Constituinte, mas não despertou - por incrível quer possa parecer - a atenção dos políticos paraibanos integrantes da Consittuinte. E ao final foi rejeitado. Mas a Paraíba não foi apenas surrupiada pelo Rio Grande do Norte. Na parte de baixo há outro rombo que representa o Vale do Pajeú, também roubado por políticos pernambucanos, diante da inércia dos políticos paraibanos. As duas reentrâncias formaram hoje uma cintura fina no meio do alongado território, dando a forma de um violão ao território paraibano, reduzindo a sua área de 74.000 k² (Atlas da Lithographia do Instituto Philomatic do Rio de Janeiro) para 56.000 k², de hoje. Mas isto vai contado em detalhes no meu livro “As Bases da Reunificação”, de 135 páginas, infelizmente ainda inédito, à disposição de qualquer editor ou de algum mecenas, que queira publicá-lo.

Gilvan de Brito

(A legenda da foto é do meu amigo jornalista Richardi Muniz)

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