domingo, 14 de janeiro de 2018

Agora sexo só com declaração explícita

Minha mãe dizia: "Quando um não quer, dois não fazem." Mas isso é do tempo da minha mãe. Hoje na Suécia e na França os governos estudam criar leis que determinem que parceiros sexuais pratiquem seus atos só depois do consentimento explícito. Vale para homens e mulheres. Entre si, ou como quiserem. Alegam as autoridades desses países que a medida é para dificultar o crime de estupro, ou de assédio sexual, que vem abalando o mundo, depois das denúncias de famosos de Hollywood. Pode parecer piada, mas aquilo que sempre foi natural entre os sexos, passou a ser motivo de chantagem, publicidade, processos, escândalos e manchetes na mídia. Casos de vinte a trinta anos passaram a ser denunciados judicialmente. Há casos que o acusado já nem lembra, por conta da idade, mas admite poder ter acontecido. Na época era normal que acontecesse. Normal e desejado. Hoje é que a coisa esta ficando estranha. Imaginem a cena de um casal (não importando o gênero) em que antes do primeiro beijo o outro exige que façam uma declaração autorizativa. Poderá ser feita em papel apropriado, em duas vias, cujo bloco um dos parceiros leva na mochila. Na falta de papel e caneta poderá ser feita através de WhatsApp. Mas se o iPhone estiver sem bateria, ou fora da área de cobertura, nada feito. Sem declaração não se faz mais sexo.

Eduardo P. Lunadelli

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