sábado, 24 de dezembro de 2016

Graciliano Ramos e o sertão nordestino

Em 27 de outubro de 1892 nasceu, no sertão de Alagoas, Graciliano Ramos

Graciliano Ramos, ou Mestre Graça, como era chamado pelos amigos, foi romancista, cronista, contista, jornalista, político e memorialista brasileiro do século XX. Ele marcou a literatura brasileira com obras que retratam a vida do homem nordestino no sertão. O escritor fez parte da segunda fase do modernismo, que teve o regionalismo como principal característica. Raquel de Queiroz, Jorge Amado e José Lins do Rego foram alguns autores que também compartilham a fase.

Em importantes obras, como Vidas secas e São Bernardo, é possível perceber o realismo utilizado pelo autor para descrever as dificuldades da vida no sertão. Por ter vivido grande parte da vida no interior de Alagoas, Graciliano conhecia de perto essa realidade.

Pela ligação com o comunismo, Graciliano foi preso durante a ditadura de Getúlio Vargas. O período na prisão foi retratado em  Memórias do cárcere, que traz um episódio importante da história: a entrega de Olga Benário aos alemães. O livro foi lançado sem o último capítulo, já que o autor morreu antes de terminar a obra.

Conheça algumas de suas obras.

Caetés é o primeiro romance do escritor brasileiro Graciliano Ramos publicado em 1933. A história desenvolve-se em Palmeira dos índios, cidade em que viveu Graciliano Ramos. João Valério, o personagem principal e também narrador, é o guarda-livros da casa comercial Teixeira & Irmão. O enredo se desenvolve em dois planos: a paixão de João Valério por Luísa, mulher de Adrião, dono do armazém onde ele trabalha; e a tentativa de Valério escrever um romance histórico sobre os índios caetés. O cotidiano da classe média da pequena cidade nos é apresentado lentamente, em um texto conciso e sintético, marca de Graciliano em toda a sua produção.

O livro conta a história de Paulo Honório, um homem simples que, movido por uma ambição sem limites, acaba transformando-se em um grande fazendeiro do sertão de Alagoas, casando-se com Madalena para conseguir um herdeiro. Incapaz de entender a forma humanitária pela qual a mulher vê o mundo, ele tenta anulá-la com seu autoritarismo. Com este personagem, Graciliano Ramos traça o perfil da vida e do caráter de um homem rude e egoísta, do jogo de poder e do vazio da solidão, em que não há espaço nem para a amizade, nem para o amor.

Foi escrito na época em que o escritor estava preso pelo governo Vargas, sendo considerado um dos romances mais ricos da literatura brasileira. A estrutura “desordenada” do texto narrativo, escrito em primeira pessoa, descreve a mente perturbada do narrador personagem Luís da Silva. Utilizando o recurso do monólogo interior, Graciliano faz ajustes ao ponto de vista do protagonista, que conjuga o uso da memória pela imaginação.

Lançado originalmente em 1938, é o romance em que Graciliano alcança o máximo da expressão que vinha buscando em sua prosa. O que impulsiona os personagens da obra é a seca, áspera e cruel, e, paradoxalmente, a ligação afetiva que expõe naqueles seres em retirada, à procura de meios de sobrevivência e de um futuro.

Uma autobiografia que mostra as recordações da descoberta do curioso e diferente mundo dos adultos.  Publicado em 1945, o livro percorre um período que vai dos dois anos do narrador até a puberdade.

A obra reafirma o compromisso de Graciliano com a justiça social sem negociar sua liberdade literária. Um relato imprescindível de uma época de fortes paixões políticas e ideológicas, feito por um dos maiores escritores da literatura brasileira.

Esta obra reúne treze contos em que estão presentes a secura emotiva e a economia vocabular, características estilísticas do autor, que convivem com a precisão psicológica.

É o testemunho de Graciliano Ramos sobre a prisão a que foi submetido durante o Estado Novo. Uma narrativa amarga de alguém que foi torturado, viveu em porões imundos e sofreu privações provocadas por um regime ditatorial.

Fonte e créditos aqui


Nenhum comentário: