Essa
coisa de ser macho e não ter medo ficava bem em Lampião, que andava com
uma tropa de choque violenta e enfrentava policiais despreparados.
No
meu caso já enfrentei umas paradas duras, mesmo sozinho, como por
exemplo quando fui testemunha do assassinato de Zuzu Angel. Isso me
endureceu, mas de modo algum me blindou para certos medos que sempre me
acompanharam. Um deles é andar de elevador. Uso todos os dias, mas basta
aquela caixinha dar um sacolejo ou demorar para abrir as portas que
imediatamente entro em pânico. É momentâneo, mas é terrível. Tenho dois
truques para esses momentos. O primeiro é praticar a respiração que
aprendi com o Pilates. O segundo é usar o celular, para distrair a
atenção. Ocorre que quando você está trancado no elevador, parece que o
oxigênio desapareceu e com certeza o sinal do celular não existe.
Uma
solução para esse problema me foi ensinada pelo Deputado Branco. Contou
que participava de um encontro da UNALE em Porto Alegre, na companhia
de outros Deputados paraibanos, ente eles Fabiano Lucena, Ranieri
Paulino e Ricardo Barbosa.
O
Deputado Branco estava voltando para o hotel depois de ter ido a uma
loja de importados que vendia produtos baratos. Entre as compras ele
trazia uma garrafa de uísque Buchanan’s, e convidou vários colegas que
estavam na recepção do hotel para subirem até o restaurante localizado
no último andar e degustarem o escocês. Ato seguinte entraram todos no
elevador, mas ao invés de subirem tiveram a desagradável surpresa de uma
pane, que fez o elevador descer violentamente até o subsolo,
permanecendo trancados lá por meia hora, até que o pessoal da manutenção
consertou tudo e enfim conseguiram abrir a porta do elevador. Ocorre
que os Deputados haviam “matado” a garrafa de uísque juntamente com o
cabineiro, que embriagado recusava-se a sair, aos berros: “-Saio não.
Nem minha mulher me tira de um bar, avalie esses dois aí de macacão da
Otis. Pode trazer outra garrafa que vai ser por minha conta”.
Um
Deputado de Alagoas que participou da aventura, queixava-se: “-Pena que
não tivesse tira-gosto. A cada lapada pura que tomávamos, ou mordíamos a
língua ou apertávamos a mão dos colegas”.
Vou
sugerir aos síndicos de edifícios que adotem um kit sobrevivência nos
elevadores; uma garrafa de uísque e uns pacotes de pipoca, ao menos.
Difícil vai ser a questão do gelo... .
Marcos Pires
Do Blogo do Tião
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