quinta-feira, 31 de julho de 2014

Blog da Amazônia publica vídeo e relatos do contato com índios isolados no Acre



Faz um mês nesta terça-feira (29) que um povo indígena isolado estabeleceu o primeiro contato com indígenas da etnia ashaninka e servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai), na Aldeia Simpatia da Terra Indígena Kampa e Isolados do Alto Rio Envira, no Estado do Acre, na região de fronteira do Brasil com o Peru.
 
Os grupos de índios isolados da região, que entre si se envolvem em conflitos armados, buscam proteção no lado brasileiro porque estão sendo massacrados por narcotraficantes e madeireiros peruanos.
 
Terra Magazine, em maio de 2008, mostrou ao mundo as primeiras imagens de um dos grupos de índios isolados que vivem na região, fotografado durante sobrevoo coordenado pelo sertanista José Carlos dos Reis Meirelles Júnior, que chefiava a Frente de Proteção Etnoambiental (FPE) da Funai. Dessa vez, o Blog da Amazônia obteve com exclusividade o vídeo inédito do primeiro contato, fotos e o relatório de campo da equipe da Funai.
 
Há mais de dois anos a FPE foi invadida por peruanos, os servidores da Funai bateram em retirada e desde então foi abandonada pelo governo brasileiro. O pessoal da FPE acompanhava a aproximação dos índios isolados desde o dia 13 de junho. O sertanista José Carlos Meirelles, que atualmente trabalha na Assessoria Indígena do Governo do Acre, tem participado dos contatos.
 
O primeiro contato com os índios isolados, sem auxílio de intérprete, foi estabelecido pelo índio Fernando Kampa de forma pacífica. Os ashaninka da Aldeia Simpatia se aproximaram e os isolados gesticulavam pedindo a calça de um servidor da Funai, que se aproximou juntamente com os ashaninka apenas de cueca.
- Ao gesticularem pedindo comida, o indígena Fernando Kampa pediu que fossem apanhados dois cachos de banana e os deu aos índios, realizando assim o contato. No momento de entrega das bananas, também apareceu na margem contrária outro índio isolado que havia sido avistado na BAPE Xinane e também uma mulher com um saiote, possivelmente feito de envira, e com uma criança de aproximadamente cinco anos. A mulher entregou um jabuti ao indígena Fernando Kampa como forma de agradecimento ou troca pelas bananas – diz o relatório de campo da equipe da Funai.
 
Após o primeiro contato, de acordo o relatório, o indígena Fernando Kampa pediu que os ashaninka pegassem suas roupas para dar aos isolados e os chamou para o acompanhar até a aldeia Simpatia. “Mais uma vez não foi possível controlar os avanços dos ashaninka”. Segundo o relatório, as roupas estavam sujas, possivelmente com escarros, doenças sexualmente transmissíveis, que podem ter contaminado os isolados.
 
O fato é que o grupo de índios isolados contraiu gripe e se deslocou junto com a equipe da Funai para a base da FPE Xinane. O grupo foi convencido a permanecer na aldeia até que fosse encerrado o atendimento médico pela equipe mobilizada pelo geógrafo Carlos Travassos, da Coordenação-geral de Índios Isolados da Funai em Brasília.
Após a conclusão do tratamento, os indígenas retornaram para suas malocas, onde estão os demais integrantes de seu povo. De acordo com informações dos intérpretes que integram a equipe da Funai, os índios pertencem a um subgrupo do tronco linguístico pano.
 
A equipe da Funai encontrou uma pequena bolsa na qual os índios isolados carregavam cachimbo, camisas, caixa de fósforo peruano, embalagens de sabão peruano, uma carteira do Corinthians enrolada com pedaços de fios coloridos e com um pote contendo um líquido, provavelmente um anticoagulante que é aplicado na ponta das flechas. Havia também cartucho calibre 32, pólvora preta (marca Jacaré), uma espoleta, pacote vazio de sal (marca Caiçara), caucho (sernambi), três lâmpadas incandescentes, parafusos e porcas, que os isolados usam para carregar cartuchos da espingarda. O material foi todo devolvidos aos isolados.
Os índios isolados, que prometeram regressar com familiares no prazo de luas -mais ou menos no começo de setembro-, neste domingo (27) decidiram antecipar. Um grupo de oito isolados se estabeleceu na Aldeia Simpatia, incluindo uma criança.
 
O índio Zé Correia, da etnia jamináwa, chamado pela Funai como intérprete, contou que os índios isolados preferiram não se identificar porque temem ser alvos de novas correrias (matança organizada de índios) por parte de outros grupos indígenas isolados.
 
- Mas a situação mais grave envolve os narcotraficantes e madeireiros peruanos. A maioria desse grupo contatado é de jovens. A maioria dos velhos foi massacrada pelos brancos peruanos, que atiram e tocam fogo nas casas dos isolados. Eles disseram que muitos velhos morreram e chegaram enterrar até três pessoas numa cova só. Disseram que morreu tanta gente que não deram conta de enterrar todos e os corpos foram comidos pelos urubus. Nosso povo jamináwa compreende a língua dos isolados e nós vamos acompanhar. O governo brasileiro precisa fazer algo para defender esses povos. Eles disseram que existem outros cinco povos isolados na região e que são grupos bastante numerosos. Apesar das diferenças e dos conflitos que existem entre esses grupos, todos são perseguidos pelos brancos peruanos. Qualquer dia todos esses povos podem procurar o Brasil em busca de proteção. A Frente de Proteção Etnoambiental da Funai precisa de total apoio. Vai ser impossível se fazer algo apenas com as mãos e as unhas. Não podemos ser cúmplices de genocídios – apelou Correia.
 
 
Fonte e créditos para www.terramagazine.terra.com.br


Frase

"Não somente é mais fácil entrar um pobre no céu, como também ele tem muito mais chance de fazê-lo antes."
 
Jaume Perich

Combogós


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"Cobogó é a denominação dada a elementos vazados, normalmente feitos em cimento, que completam paredes e muros para possibilitar maior ventilação e luminosidade ao interior de um imóvel, seja residencial, comercial ou industrial .

Seu nome deriva das iniciais dos sobrenomes de três engenheiros, que no início do século XX (1929 ou 1930 ) trabalhavam na cidade do Recife e conjuntamente o idealizaram: Amadeu Oliveira Coimbra, Ernest August Boeckmann e Antônio de is.

Em muitos lugares do Nordeste do Brasil o nome sofreu várias deturpações, tais como combobó, combogó, comogó, comongol, comogol..
 
Inicialmente, os cobogós eram feitos apenas de cimento. Com sua popularização passaram a ser moldados com outros materiais, como argila, vidro, cerâmica etc." Guarda uma sutil relação com os muxarabis ou Musharabi (palavra de origem árabe). Muro de concreto em forma de arabesco que filtra a luz. Viver e aprender. Hoje aprendi essas duas: Muxarabi e Combogó."
 
 
Eduardo P. Lunardelli

A morte que trazemos no coração

É no coração que morremos. É aí que a morte habita.

Nem sempre nos damos conta que a carregamos conosco, mas, desde que somos vida, ela segue-nos de perto. Enquanto não somos tomados pela nossa, vamos assistindo e sentindo, em ritmo crescente ao longo da vida, às mortes de quem nos é querido. A morte de um amigo é como uma amputação: perdemos uma parte de nós; uma fonte de amor; alguém que dava sentido à nossa existência... porque despertava o amor em nós.

Mas não há sabedoria alguma, cultura ou religião, que não parta do princípio de que a realidade é composta por dois mundos: um, a que temos acesso direto e, outro, que não passa pelos sentidos, a ele se chega através do coração. Contudo, o visível e o invisível misturam-se de forma misteriosa, ao ponto de se confundirem e, como alguns chegam a compreender, não serem já dois mundos, mas um só.

A Morte que Trazemos no Coração

Só as pessoas que amamos morrem. Só a sua morte é absoluta separação. Os estranhos, com vidas com as quais não nos cruzamos, não morrem, porque, para nós, de fato, não chegam sequer a ser.

Só as pessoas que amamos não morrem. O Amor é mais forte do que a morte. O sofrimento que se sente é a prova de uma união que subsiste, agora com uma outra forma, composta apenas de... Amor. Dói, muito. Mas com a ajuda dos que partem acabamos por sentir que, afinal, não fomos separados para sempre...

O Amor faz com que a nossa vida continue a ter sentido. A partida dos que foram antes de nós ensina-nos a viver melhor, de forma mais séria, mais profunda, de uma forma, inequivocamente, mais autêntica.

Devemos cuidar de todos os que amamos. Aos que partiram, porém, aquilo que lhes podemos dar é o amor àqueles que ficaram cá. Porque estes continuam a precisar de nós, do melhor de nós... e é sempre uma iniquidade quando um amor por quem partiu mata, em alguém, o amor por aqueles que ainda cá estão.

A morte ensina-nos que o Amor é perdoar mais do que vingar; consolar mais do que ser consolado; partilhar mais do que acumular; compreender mais do que julgar; dar, darmo-nos, oferecer o melhor de nós, mais do que termos o que sonhámos.

Não é difícil compreender que os nossos sentimentos e gestos são determinantes, não só para a nossa felicidade neste mundo, como também para a da outra vida, de que esta faz parte. Repousa em nós, calma e firme, a certeza de que a vida não se mede pela quantidade dos dias... mas pelo amor de que se foi autor e herói.

... chorar a morte de um amigo é a prova de que a sua vida, aqui, teve valor e sentido. É o mesmo amor que nos deu alegria à vida que nos faz, agora, chorar... não desapareceu, está vivo. Habita-nos o coração.

Ficam as lágrimas choradas no silêncio do fundo de nós. Fica o silêncio onde se ama.

Fica a esperança, que é certeza, de que todo o carinho e ternura que ficaram por dar não se perderam... adiaram-se apenas.

Afinal, a mesma morte que leva os que amamos, também nos levará a nós... será pois uma simples questão de tempo até que possamos abraçar e beijar aqueles a quem, agora, disso a morte nos impede.

No fundo do nosso coração, bem mais fundo do que a morte em nós, está Deus.

A Deus peço a confiança na eternidade do Amor; a Deus peço que ajude os que neste momento sofrem a dor do espinho que a morte crava; a Deus peço que me continue a ensinar e a ajudar a Amar com todas as forças de que sou capaz. A-Deus.


José Luís Nunes Martins, in 'Filosofias - 79 Reflexões'
[Autoria da Ilustração: Carlos Ribeiro]

A mensagem do livro

Um dos vícios mais recorrentes na apreciação de um livro, consequência de um ensino errado de literatura no colégio, é ter que perguntar, como num guia do professor: “Qual a mensagem do livro? Qual a idéia que o autor quis transmitir?” E coisa e tal. Não estou dizendo que um livro não possa ter uma mensagem. Há muitos que têm, mas geralmente são os mais chatos e desnecessários. Foram provavelmente escritos por pessoas que ouviram esse tipo de questionário na escola, e a partir daí começaram a ler os livros em busca da mensagem de cada um. Acabam largando os livros rapidinho ao perceber que eles não têm mensagem nenhuma, ou têm duas ou três mensagens contraditórias, ou têm milhares de mensagens que não batem umas com as outras, etc.

Um dia esses leitores tornaram-se escritores. Seu processo criativo, provavelmente, passou a acontecer assim: 1) Conceber uma mensagem, geralmente com o objetivo de ensinar a alguém alguma lição-de-vida útil; 2) Imaginar uma situação em que essa mensagem seja necessária para um personagem ou grupo de personagens que a desconhecem; 3) Fazer com que, no momento culminante, perto do fim, um dos personagens diga a mensagem, de forma clara e inequívoca, aos demais. (E ao leitor.)

É a existência desse tipo de literatura simplória que acaba prejudicando o restante, porque começam a cobrar esse tipo de mensagismo rudimentar aos livros de verdade – e a considerá-los livros defeituosos, “herméticos”, “elitistas”, quando descobrem que eles não funcionam dessa forma. Ficam como certos leitores de fábulas (de Esopo, de La Fontaine, etc.) para quem a “moral da história” é o que importa, e a história está ali só para justificar a moral. (Por isso as melhores fábulas são somente a história, e deixam a “moral” para ser descoberta – ou inventada – por quem lê.)

Uma ótima resposta para isso é a do dramaturgo Harold Pinter, que uma vez recebeu uma carta de uma espectadora de sua peça “The Birthday Party”. A madame dizia: “O sr. pode me informar o significado desta sua peça? Há três pontos que não compreendi: 1) Quem são os dois homens? 2) De onde veio Stanley? 3) Devemos considerá-los normais? Espero que o sr. entenda que sem as respostas a estas perguntas não poderei entender sua peça.”

Pinter respondeu: “Prezada senhora: Ficaria grato se me explicasse o significado de sua carta. Há três pontos que não compreendi: 1) Quem é a senhora? 2) De onde a senhora vem? 3) Devo considerar que a senhora é normal? Espero que a sra. entenda que sem as respostas a estas perguntas não poderei entender sua carta.”
E nada mais disse nem lhe foi perguntado.
 
Bráulio Tavares

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Frase

"Tenha cuidado ao emprestar dinheiro ao amigo. Você pode perder as duas coisas"
 
William Shakespeare

Frase

"Não podemos aceitar impassíveis a escalada de violência entre Israel e Palestina. É necessário ressaltar nossa mais veemente condenação ao uso desproporcional da força por Israel na Faixa de Gaza, do qual resultou elevado número de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças.
 
 
Presidente Dilma Rousseff.

Língua - Vidas em português



Um importente e belo documentário sobre a língua portuguesa de autroia do Moçambiacano Victor Lopes. Vale muito a pena assistir!

terça-feira, 29 de julho de 2014

Crianças tem infância perdida em Gaza e Síria

Foto Reuters
- Bombas em vez de brinquedos!

O pesadelo

Mesmo que nossa opinião venha a mudar, podemos tirar duas conclusões, pelo menos por esta noite. A primeira é que os sonhos são uma obra estética, talvez a expressão estética mais antiga; e podem adquirir formas estranhamente dramáticas, já que somos (no dizer de Addison) o teatro, o espectador, os atores, e o enredo.

A segunda conclusão se refere ao horror que o pesadelo nos provoca. Em nossa vigília, existem momentos terríveis em que a realidade nos massacra – quando morre um ente querido ou uma pessoa amada nos abandona; são tantos os motivos de tristeza, de desespero... E, no entanto, nada disso se parece com o pesadelo, que tem um horror peculiar, possível de se expressar mediante qualquer enredo.

Pode se manifestar pelo beduíno que também é Dom Quixote, como em Wordsworth; ou por tesouras e fios soltos; ou pelos famosos pesadelos de Poe. Entre eles todos existe algo comum, aquilo que constitui o sabor do pesadelo. Nunca se menciona esse horror nos tratados que consultei.

Aqui poderíamos propor uma interpretação teológica, bem de acordo com a etimologia. Tomo qualquer uma das palavras mencionadas: a latina incubus, a saxônica nightmare, ou a alemã Alp.

Todas sugerem a presença de um elemento sobrenatural. Pois bem: e se os pesadelos forem estritamente sobrenaturais? Digamos que fossem fendas do inferno. Dentro dos pesadelos, não estaríamos literalmente no coração do inferno? Por que não?

Tudo me parece tão estranho que até isso seria possível.

Jorge Luis Borges in Sete Noites

"Pracas"

 
 
 
 
 
 
 

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Frase

"De vez em quando a gente precisa sacudir a árvore das amizades para caírem as podres"
 
Mário da Silva Brito

Nova York aprova ‘porta dos pobres’ em prédio de luxo

A cidade de Nova York aprovou o plano de uma construtora de incluir uma “porta dos pobres” em um complexo de apartamentos de luxo no bairro chique de Upper West Side. A ideia de uma entrada separada para residentes de baixa renda já vem circulando há algum tempo, mas só agora um desses planos recebeu luz verde das autoridades urbanas.
 
No caso, trata-se de uma incorporação da empresa Extell Development — um prédio de 33 andares com 219 apartamentos. As unidades “da elite” terão vista para o Rio Hudson, ao passo que as 55 unidades mais baratas terão frente para a rua.
 
Leia mais clicando aqui
 
O Globo

João Ubaldo Ribeiro

(...)Já minha avó tinha mais respeito pela produção de meu pai, mas achava que, de tanto estudar altas ciências, ele havia ficado um pouco abobalhado, não entendia nada da vida. Isto foi muito bom para a expansão dos meus horizontes culturais, porque ela não só lia como deixava que eu lesse tudo o que ele não deixava, inclusive revistas policiais oficialmente proibidas para menores. Nas férias escolares, ela ia me buscar para que eu as passasse com ela, e meu pai ficava preocupado.

-- D. Amália -- dizia ele, tratando-a com cerimônia na esperança de que ela se imbuísse da necessidade de atendê-lo --, o menino vai com a senhora, mas sob uma condição. A senhora não vai deixar que ele fique o dia inteiro deitado , cercado de bolachinhas e docinhos e lendo essas coisas que a senhora lê.

-- Senhor doutor -- respondia minha avó --,sou avó deste menino e tua mãe. Se te criei mal, Deus me perdoe, foi a inexperiência da juventude. Mas este cá ainda pode ser salvo e não vou deixar que tuas maluquices o infelicitem. Levo o menino sem condição nenhuma e, se insistes, digo-te muito bem o que podes fazer com tuas condições e vê lá se não me respondes, que hoje acordei com a ciática e não vejo a hora de deitar a sombrinha ao lombo de um que se atreva a chatear-me. Passar bem, Senhor doutor.

E assim eu ia para a casa de minha avó Amália, onde ela comentava mais uma vez com meu avô como o filho estudara demais e ficara abastalhado para a vida, e meu avô, que queria que ela saísse para poder beber em paz a cerveja que o médico proibira, tirava um bolo de dinheiro do bolso e nos mandava comprar umas coisitas de ler -- Amália tinha razão, se o menino queria ler que lesse, não havia mal nas leituras, havia em certos leitores. E então saíamos gloriosamente, minha avó e eu, para a maior banca de revistas da cidade, que ficava num parque perto da casa dela e cujo dono já estava acostumado àquela dupla excêntrica.
” (...)
 
 
João Ubaldo Ribeiro
Texto extraído do livro "Um brasileiro em Berlim", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1995, pág. 137.
 
 
*Sugestão de postagem de Marisa Bello

Biografia

Jamais hei de saber a imagem que os outros têm de mim. Eu me conheço dos espelhos, das fotografias dos reflexos, quando meus olhos param para se olhar e a diferença de ângulos impede criar uma dimensão real. Não sei os movimentos do meu rosto. Nunca me vi pela primeira vez. Tenho, de mim mesma, uma idéia preconcebida que alia o espírito aos traços fisionômicos e ao desejo de uma outra beleza. Criei, assim, uma pessoa invisível, mais real, para mim, do que qualquer outra. Dessa pessoal eu gosto. E, talvez por saber-me sua única amiga, ela me enternece profundidade.
 
Vejo um rosto oval, de maçãs altas, a linha fácil e cheia descendo até meu queixo redondo, com uma doçura infantil. Os olhos grandes, plantados com sabedoria, são verdes, compridos, muito separados; tôda vez que alguém busca em mim algo a elogiar, apega-se aos olhos, e ficou-me convencido que tenho olhos bonitos. Entre eles, ocupando mais espaço do que o estritamente necessário, meu nariz é elemento básico para manter viva a ilusão de que no dia em que resolver ficar bonita, será suficiente operá-lo. A bôca, desenhada em redondos, tem o lábio superior pequeno e o de baixo cheio; divide-se, nítida, em luz e sombra, e somente os cantos virados para baixo a diferenciam de minha bôca de menina.
 
Ao redor da cabeça pequena sinto o cabelo despenteado. Curto, desce em vírgulas sôbre a testa, diante das orelhas e na nuca, deixando livre o pescoço. Sempre tive a impressão de um pescoço gracioso e longo, impressão provàvelmente devida à magreza com que surge dos ombros, prêso por tendões fortes, como se fôsse um esfôrço erguer-se entre os omoplatas.
 
Vejo um corpo de garôto, os ossos largos e parente confirmando a boa estrutura. Nos meus braços, o sol desenha veias e músculos. As costas são mais estreitas do que deveriam. Os seios, promessa nunca concretizada. A cintura, pequena. Nos quadris e nas pernas, uma capacidade de fôrça não solicitada. As mãos prendem-se ao punho sem hesitação, a palma é larga, os dedos fortes. Os pés são de pedra.
 
Quando me olho nas vitrines, de soslaio, tenho a passo seguro. Ando rápida, um pouco por pressa, um pouco pelo prazer físico de sentir o corpo em ação, obediente e jovem. Gosto de andar, e o faço com cuidado, sentindo o balanço e o apoio, prestando atenção. Tenho muito amor a meus gestos.
 
Quase não pisco. Às vêzes, a intensidade com que olho, querendo ver, doi-me nas têmporas. Quando estou sozinha nunca sorrio, mas sorrio muito, com prazer e consciência, quando companhia.
 
Quisera ser mais frágil do que sou. E me orgulho de minha fôrça. Meu rosto é antigo. Ninguém mais moderno. Jovem, tenho tôda a minha velhice. A resistência me assusta. A liberdade me pesa. Não quero ser livre.
 
Gostaria de ser como os outros me vêm. Ou que os outros me vissem como sou. Haveria, assim, uma única pessoa.

 
Marina Colasanti
 
Crônica 1 do livro Eu Sozinha, lançado pela Record em 1968. Este foi o primeiro livro da autora.

A leitura é a mais nobre das distrações

Se o gosto pelos livros aumenta com a inteligência, os perigos, como vimos, diminuem com ela. Um espírito original sabe subordinar a leitura à atividade pessoal. Ela é para ele apenas a mais nobre das distrações, sobretudo a mais enobrecedora, pois, só a leitura e o saber conferem «as boas maneiras» do espírito. O poder da nossa sensibilidade e da nossa inteligência, só o podemos desenvolver dentro de nós próprios, nas profundezas da nossa vida espiritual. Mas é nesse contato com os outros espíritos que a leitura é, que se faz a educação das "maneiras" do espírito. Os letrados permanecem, apesar de tudo, como as pessoas notáveis da inteligência, e ignorar um determinado livro, uma determinada particularidade da ciência literária, será sempre, mesmo num homem de gênio, uma marca de grosseria intelectual. A distinção e a nobreza consistem na ordem do pensamento também, numa espécie de franco-maçonaria de costumes, e numa herança de tradições.
 
 
Marcel Proust, in 'O Prazer da Leitura'

domingo, 27 de julho de 2014

sábado, 26 de julho de 2014

Hermann Hesse

Rubem Alves

"É mais fácil amar o retrato. Eu já disse que o que se ama é a ‘cena’. ‘Cena’ é um quadro belo e comovente que existe na alma antes de qualquer experiência amorosa. A busca amorosa é a busca da pessoa que, se achada, irá completar a cena. Antes de te conhecer eu já te amava.... E então, inesperadamente, nos encontramos com rosto que já conhecíamos antes de o conhecer. E somos então possuídos pela certeza absoluta de haver encontrado o que procurávamos. A cena está completa. Estamos apaixonados."
 

 Rubem Alves

*Pescado do face do amiga Marcia Almeida
Segundo o meu filho Yan, na compreensão de seus oito anos, isso trata-se da construção da maquete de um aeroporto! Só espero que até o almoço isso tudo já esteja desativado, com as pistas livres e com os aviões de(s)colados.

-Como é bom ser criança!
Viver é como andar de bicicleta: É preciso estar em constante movimento para manter o equilíbrio.
 
 
Albert Einstein

Versículo do dia

Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares.
 Josué 1:9

Lua adversa

Tenho fases, como a lua,
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!

Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...).
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...


Cecília Meireles, in 'Vaga Música'



Frase

"O que nós estamos assistindo no Oriente Médio, pelo amor de Deus, é um genocídio, é um massacre.
 
 
Marco Aurélio Garcia, chefe da Assessoria Especial da Presidência da República

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Arte

Sem anos de solidão

Eu amo-te sem saber como, ou quando, ou a partir de onde. Eu simplesmente amo-te, sem problemas ou orgulho: eu amo-te desta maneira porque não conheço qualquer outra forma de amar sem ser esta, onde não existe eu ou tu, tão intimamente que a tua mão sobre o meu peito é a minha mão, tão intimamente que quando adormeço os teus olhos fecham-se.


Pablo Neruda, in "Cem Sonetos de Amor"

Smartfone

Será que a grafia “smartfone”, que já vejo sendo usada por aí, vai substituir “smartphone”, o termo original em inglês? A tendência natural da nossa língua, ao assimilar palavras estrangeiras, é escrever da maneira que se pronuncia: futebol, gol, chofer, etc. Uma partícula escrita com intenção de pronúncia inglesa atrapalha o usuário, está pedindo para ser mudada. Temos aí um ponto de inflexão, algo que está assumindo uma forma que, por algum motivo, tende a não se fixar, a ser substituída por alguma outra. Aquilo que o I-Ching chama de linhas instáveis ou mutantes, pequenos detalhes que estão a ponto de se transformar noutra coisa.

Daí que eu prefira escrever “websaite” e não “website”, e já expliquei esta opção num artigo recente (http://tinyurl.com/nh6nno8). Me parece que trocar um “ph” por um “f” é muito mais simples, uma transição quase imperceptível, ajudada aliás pela nossa reação subliminar de considerar as coisas escritas com “ph” como antiquadas. Imagino quanto tempo levará para a língua brasileira a eliminar esse “ph” de “photoshop” e adotar de vez a grafia “fotoshop” (na qual “s” seria mantido para evitar a confusão com “chope”, a bebida.).

É bom lembrar que as letras K, W e Y foram (ao que me consta) recuperadas para nossa língua por uma dessas reformas ortográficas recentes. Não creio que a partícula “web”, por exemplo, venha a ser substituída por “ueb” ou “uébi”, como querem alguns usuários. Creio que o “w” em casos assim tende a se fixar. Por outro lado, as grafias que induzem a pronúncias erradas deveriam ser substituídas, daí que eu prefira escrever draive, pendraive, saite, etc. (Mas nem sempre cola – os implacáveis revisores restituem a forma anterior com fervor inquisitorial.)

E o que fazer com “iPhone”? Esse “i” minúsculo que se pronuncia “ái” é uma marca visualmente muito característica; na verdade considero esta uma palavra composta mas sem hífen, a junção sendo assinalada pela manutenção da inicial maiúscula no segundo termo. Pode ser que um dia digamos (com coerência acústica) “aifone”, ou, por escrito, “aiFone”, mas duvido. Esse “ai”, que soa como uma queixa ou lamento (ao invés de induzir o individualista “Eu” do termo em inglês), não vai pegar facilmente em português.
 
A lógica sugere que “wi-fi” seja um dia trocado por “uai-fai”, mas não sei se teremos essa ousadia coletiva. “Uai”, que sugere interjeição mineira, corre o risco de introduzir um ruído, desviar a atenção do leitor e fazê-lo ter uma primeira interpretação errada da palavra. Como o “w” está se reincorporando ao alfabeto, o termo poderia virar “wai-fai”. Isso cola? Que o tempo o diga.
 
 
Braulio Tavares
www.mundofantasmo.blogspot.com.br

Edoardo Tresoldi

 

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Ariano Suassuna em entrevista após o primeiro infarto


Luto

O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, decretou luto oficial de três dias pela morte do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna, ocorrida na tarde desta quarta-feira (23), em Recife.

Aula-Espetáculo (Ariano Suassuna)


Quando eu morrer, não soltem meu cavalo
nas pedras do meu pasto incendiado:
fustiguem-lhe seu dorso alardeado,
com a espora de ouro, até matá-lo.
(...)
 
Ariano Suassuna

___

Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo, morre.

(Em: O Auto da Compadecida)
Ariano Suassuna

___

Noturno

Têm para mim Chamados de outro mundo
as Noites perigosas e queimadas,
quando a Lua aparece mais vermelha
São turvos sonhos, Mágoas proibidas,
são Ouropéis antigos e fantasmas
que, nesse Mundo vivo e mais ardente
consumam tudo o que desejo Aqui.

Será que mais Alguém vê e escuta?

Sinto o roçar das asas Amarelas
e escuto essas Canções encantatórias
que tento, em vão, de mim desapossar.

Diluídos na velha Luz da lua,
a Quem dirigem seus terríveis cantos?

Pressinto um murmuroso esvoejar:
passaram-me por cima da cabeça
e, como um Halo escuso, te envolveram.
Eis-te no fogo, como um Fruto ardente,
a ventania me agitando em torno
esse cheiro que sai de teus cabelos.

Que vale a natureza sem teus Olhos,
ó Aquela por quem meu Sangue pulsa?

Da terra sai um cheiro bom de vida
e nossos pés a Ela estão ligados.
Deixa que teu cabelo, solto ao vento,
abrase fundamente as minhas mão...

Mas, não: a luz Escura inda te envolve,
o vento encrespa as Águas dos dois rios
e continua a ronda, o Som do fogo.

Ó meu amor, por que te ligo à Morte?


Ariano Suassuna

___

A gente tem uma tendência para acreditar que não morre.
 
Ariano Suassuna

Preferimos os nossos próprios males

Em todas as situações em que nos coloca a Fortuna, comparamo-nos ao que está acima de nós e olhamos para aqueles que estão melhor que nós. Confrontemo-nos com o que está abaixo: não há niguém que seja tão mal-aventurado que não encontre mil exemplos com que se consolar. É defeito nosso antes encararmos de má vontade o que se acha à nossa frente que de bom grado o que se acha atrás. E, no entanto, como dizia Sólon, se num montão se empilhassem todos os males, não haveria ninguém que não preferisse continuar com os males que tem a chegar, com todos os outros homens, a uma equitativa repartição desse montão de males e a ficar com a sua quota-parte.

Michel de Montaigne, in 'Ensaios - Da Vaidade'

De joelhos

“Bendita seja a Mãe que te gerou.”
Bendito o leite que te fez crescer
Bendito o berço aonde te embalou
A tua ama, pra te adormecer!

Bendita essa canção que acalentou
Da tua vida o doce alvorecer ...
Bendita seja a Lua, que inundou
De luz, a Terra, só para te ver ...

Benditos sejam todos que te amarem,
As que em volta de ti ajoelharem
Numa grande paixão fervente e louca!

E se mais que eu, um dia, te quiser
Alguém, bendita seja essa Mulher,
Bendito seja o beijo dessa boca!!


Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"


quarta-feira, 23 de julho de 2014

Morre Ariano Suassuna, autor de "O Auto da Compadecida", aos 87 anos

O escritor Ariano Suassuna, autor de livros como "O Auto da Compadecida" e "O Santo e a Porca", morreu nesta quarta-feira (23), aos 87 anos. Ele teve uma parada cardíaca provocada pela hipertensão intracraniana. A família ainda não informou os detalhes do funeral.
 
Suassuna estava internado desde a noite de segunda-feira no Real Hospital Português de Recife, após sofrer um AVC hemorrágico. O estado de saúde de Suassuna, que estava em coma e respirando com ajuda de aparelhos, teve um piora na noite de terça com queda da pressão arterial e pressão intracraniana muito elevada. Ele deu entrada na instituição às 20h de segunda com sangramento no cérebro e foi atendido também pelo médico da família que o acompanha há anos.
 
Na manhã de terça, o hospital divulgou boletim médico informando que o escritor foi submetido a uma cirurgia neurológica às pressas. "O quadro clínico é considerado grave, mas estável. Ariano foi submetido, na noite desta última segunda-feira, a um procedimento cirúrgico com colocação de dois drenos para controlar a pressão intracraniana, provocada por um AVC hemorrágico. Não há previsão de alta da UTI", dizia o boletim médico do hospital.
 
Em agosto do ano passado, Suassuna sofreu um infarto agudo do miocárdio e, semanas depois, foi internado com um quadro de aneurisma cerebral.
 
Suassuna é o terceiro integrante da Academia Brasileira de Letras a morrer em três semanas. No dia 3 de julho foi Ivan Junqueira e no dia 18, João Ubaldo Ribeiro. Apesar de não integrar o órgão, o escritor Rubem Alves morreu no dia 19.
 
 
Fonte Uol
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Os meus sonhos são mais belos que a conversa alheia

Não faço visitas, nem ando em sociedade alguma - nem de salas, nem de cafés. Fazê-lo seria sacrificar a minha unidade interior, entregar-me a conversas inúteis, furtar tempo senão aos meus raciocínios e aos meus projetos, pelo menos aos meus sonhos, que sempre são mais belos que a conversa alheia.

Devo-me a humanidade futura. Quanto me desperdiçar desperdiço do divino patrimônio possível dos homens de amanhã; diminuo-lhes a felicidade que lhes posso dar e diminuo-me a mim-próprio, não só aos meus olhos reais, mas aos olhos possíveis de Deus.

Isto pode não ser assim, mas sinto que é meu dever crê-lo.

Fernando Pessoa, 'Inéditos'

Pierre-Narcisse Guérin (1774–1833)

O desespero de ser Português

Deus, dá-me força para delinear, para perceber a síntese total da psicologia e da história psicológica da nação portuguesa! Todos os dias os jornais me trazem notícias de factos que são humilhantes, para nós, Portugueses. Ninguém pode conceber como eu sofro com eles. Ninguém pode imaginar o profundo desespero, a enorme dor que perante isto se apodera de mim. Oh, como eu sonho com aquele Marquês de Távora que poderia vir redimir a nação — um salvador, um verdadeiro homem, grande e dominador que nos endireitaria. Mas nenhum sofrimento pode igualar aquele que me leva a perceber que isto não é mais do que um sonho.


Eu nunca sou feliz, nem nos meus momentos egoístas nem nos meus momentos não egoístas. A minha consolação é ler Antero de Quental. Finalmente, em mim, o espírito de Lutero. Oh, como eu compreendo o profundo sofrimento que era o seu.Devo escrever o meu livro. Tremo de pensar qual possa ser a verdade. Ainda que seja má tenho que escrevê-lo. Queira Deus que a verdade não seja má! Gostaria de ter escrito isto num melhor estilo, mas a minha capacidade para escrever desapareceu.

Fernando Pessoa, in 'Manuscrito (5/9/1908)'

Versículos do dia

Ora, o salário do homem que trabalha não é considerado como favor, mas como dívida. Todavia, àquele que não trabalha, mas confia em Deus, que justifica o ímpio, sua fé lhe é creditada como justiça. Davi diz a mesma coisa, quando fala da felicidade do homem a quem Deus credita justiça independente de obras: "Como são felizes aqueles que têm suas transgressões perdoadas,cujos pecados são apagados! Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa! 
 

terça-feira, 22 de julho de 2014

Entre os principais destaques de tecnologia da semana está a parceria entre as empresas Google e a Novartis para desenvolver lentes de contato para diabéticos.

O protótipo mede o nível de glicose a partir da lágrima e envia uma mensagem para o celular do usuário.

 

Estudioso prevê mais um ano de seca e diz que pode faltar água em Cajazeiras e Sousa

O agrônomo Adalberto Nogueira falou a TV Diário do Sertão nesta sexta-feira (18), sobre o el nino, afirmando que desde o começo não se descobriu ainda a gênese do fenômeno.
 
Adalberto explicou que o el nino ocorre sempre que há um aquecimento no Oceano Pacífico. Ele disse que para as regiões semi áridas, o fenômeno causa seca, o que acontece em várias cidades do Nordeste brasileiro.
 
“O el nino traz consequências graves, e pode voltar a ocorrer em 2015, sendo mais um ano de seca. Seria 75% de seca novamente”. Alertou Adalberto.
 
O estudioso explicou também, que cientistas acreditam na reversão deste quadro, que o el nino vá perder forças e as águas do pacífico esfriem até o mês de setembro. “Isso seria a salvação para a região Nordeste”.
 
Água

Segundo Adalberto, o açude e Engenheiro Ávidos (Boqueirão), de Cajazeiras tem apenas 25 milhões de metros cúbicos. Já o reservatório de São Gonçalo, segundo Adalberto tem pouco mais de cinco milhões de metros cúbicos.
 
“Esses números que a AESA divulga não são reais porque ela não leva em consideração o assoreamento dos reservatórios". Disse o Agrônomo.
 
Ele afirmou que nos próximos meses, pelo aumento da temperatura o açude de Boqueirão vai perder cerca de três milhões de metros cúbicos somente pela evapo-transpiração.
 
“É preciso sensatez por parte da Cagepa para economia de água porque pode faltar”. Destacou Adalberto.
 
Veja vídeo:
 


Fonte e créditos para www.diariodosertao.com.br

Dunga volta ao comando da seleção brasileira

Há exatos 100 anos, a seleção brasileira tinha tudo pela frente ao iniciar sua trajetória com vitória por 2 a 0 sobre os ingleses do Exeter City. Na terça-feira, no primeiro dia do seu segundo século, só resta o passado como estímulo e ameaça para o futebol pentacampeão do mundo manter sua hegemonia. Depois de o Brasil sair da Copa humilhado como o anfitrião que cai com a cara no bolo, o chamado à lucidez não resistiu à tendência de negar a realidade.
 
No momento em que o esporte nacional necessita de uma internação para recuperar a identidade e o prestígio de outrora, a CBF contratou um ex-empresário de jogador, Gilmar Rinaldi, para coordenar a reestruturação, e anunciará a volta do técnico Dunga, símbolo maior do futebol de resultados e da combatividade, dentro e fora do campo.
 
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Pedro Mota Gueiros, O Globo

Edital de concurso da polícia na Bahia exige comprovante de virgindade

Um edital da Polícia Civil da Bahia que exige a comprovação de virgindade para candidatas a delegada, escrivã e investigadora causou polêmica e virou alvo de protesto no Estado.

A seção baiana da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) divulgou uma nota de repúdio nesta quarta-feira (13) contra o edital.

O motivo é um item do edital que libera mulheres "com hímen integro" de passar por "avaliação ginecológica detalhada, contendo os exames de colposcopia, citologia e microflora".

Para isso, porém, as postulantes terão de comprovar serem virgens por meio de de atestado médico, com assinatura, carimbo e registro profissional do médico em questão.

A OAB contesta a exigência. "Exigir que as mulheres se submetam a tamanho constrangimento é, no mínimo, discriminatório, uma vez que não tem qualquer relação com as atribuições do cargo, além de tornar mais oneroso o concurso para as candidatas do gênero feminino", diz o texto da Comissão de Proteção aos Direitos da Mulher da entidade.

A nota ainda fala em violação ao chamado princípio da dignidade da pessoa humana, previsto pela Constituição brasileira, e à "intimidade, vida privada, honra e imagem".

Procurada pela Folha, a Secretaria de Administração baiana disse que a situação é recorrente em "vários concursos públicos realizados no país". E que "não se configura uma cláusula restritiva, mas sim uma alternativa para as mulheres que, porventura, queiram se recusar a realizar os exames citados no edital".

O certame dará 600 vagas, com salários de R$ 1.558,89 a R$ 9.155,28. As primeiras provas, com questões objetivas e discursivas, estão marcadas para 7 de abril.
 
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Formada em letras, garota de programa conta em livro sua experiência com a alta sociedade

A garota de programa Lola Benevenutti, codinome de Gabriela Natalia Silva, de 22 anos, formada em letras pela Universidade Federal de São Carlos - UFSCar - lançará no próximo mês de agosto o seu livro intitulado "O prazer é todo nosso" onde ela relata sua experiência como garota de programa na alta sociedade.
 
Lola, que tem passagens literárias de Manuel Bandeira e Guimarães Rosa tatuadas pelo corpo, conta episódios vividos por ela além de dar dicas para apimentar uma relação.
 
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Nossos votos de boas vindas a Sofia. Parabéns ao amigo  Daywilson Francis e esposa pelo nascimento da herdeira. Que Deus possa iluminar a sua vida lhe cobrindo de saúde e paz!

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Parabéns Pombal(PB). Feliz aniversário! Nossa gente é a nossa história!


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 






 A cidade de Pombal(PB) completa hoje 152 anos. Terra de tradições históricas, religiosidade e de um povo acolhedor e pujante.
 
Pombal, terra de Maringá: bonita e forte como a flor da imburana!