No centro da Selva existiu faz muito uma extravagante família de plantas carnívoras que, com o passar do tempo, chegou a adquirir a consciência de seu estranho costume, principalmente pelos constantes murmúrios que o bom Zéfiro lhes trazia de todos os quadrantes da cidade.
Sensíveis à crítica, pouco a pouco foram tomando repugnância à carne, até que chegou o momento em que não apenas a repudiaram no sentido figurado, ou seja sexual, mas por fim se
negaram a comê-la, enojadas a tal ponto que a sua simples visão lhes causava náusea.
E aí resolveram virar vegetarianas.
A partir desse momento comem-se unicamente umas às outras e vivem tranqüilas, esquecidas de seu infame passado.
Sensíveis à crítica, pouco a pouco foram tomando repugnância à carne, até que chegou o momento em que não apenas a repudiaram no sentido figurado, ou seja sexual, mas por fim se
negaram a comê-la, enojadas a tal ponto que a sua simples visão lhes causava náusea.
E aí resolveram virar vegetarianas.
A partir desse momento comem-se unicamente umas às outras e vivem tranqüilas, esquecidas de seu infame passado.
In Augusto Monterroso. A Ovelha Negra e Demais Fábulas. Rio de Janeiro: Jornal Livro nº 3 (Globo/Fondo de Cultura Económica/UNESCO)
Tradução de Millôr Fernandes
Nenhum comentário:
Postar um comentário