domingo, 28 de fevereiro de 2021


O corpo humano e sua aparência são um verdadeiro reflexo do que vivemos em nosso ambiente. Essas duas imagens são exibidas juntas em um museu na Rússia com um texto que diz: "(Esquerda) O artista Eugen Stepanovich Kobytev no dia em que foi para a guerra em 1941. (Direita) Em 1945, quando ele voltou." Este é o rosto humano depois de quatro anos de guerra.

Você sabe que alguém te ama não pelo que ele fala, mas pelo o que faz. O amor não sobrevive de teorias.
 
Padre Fábio de Melo

Novo "slogan" político

 

Alguém escreveu num muro branco da Universidade do Porto, em Portugal, a sua exigência política:
"Queremos mentiras novas".Quem o escreveu sabia das coisas. Sabia que era inútil pedir o impossível:
"Basta de mentiras!". Na política, apenas as mentiras são possíveis. Mas ele já estava cansado de mentiras velhas, batidas, como piadas cujo fim já se conhece, que diariamente aparecem nos jornais. Mentiras velhas são um desrespeito à inteligência daqueles a quem são dirigidas. Que mintam, mas que respeitem a minha inteligência! Mintam usando a imaginação. Por isso escrevia, em nome da inteligência, do possível e do humor: "QUEREMOS MENTIRAS NOVAS". 
 
Rubem Alves


O homem só chegou até aqui pela sua capacidade de adaptação. O sertanejo, em particular o paraibano, é pródigo no enfrentamento das condições do semiárido. Embora hoje em menor escala, a "cangalha" ainda representa uma ferramenta importante é bastante útil no transporte de ração para os animais e alimento para o homem, realizado geralmente pelo jumento (asno/jerico/jegue). A "cangalha" é símbolo de resistência sertaneja que ainda reverencia o trabalho, o homem e o animal nessa luta inglória contra o clima seco e a escassez de chuvas e de políticas públicas.

Tempus Fugit



A saudade é o que faz as coisas pararem no tempo. (Mário Quintana)

O  Senhor Joaquim Cândido da Silva (92 anos) foi músico na sua juventude e hoje, já sem a visão e sentindo o peso dos anos sobre os ombros, teve a oportunidade de reviver grande emoções nos acordes musicais executados, com maestria, pelo jovem e consagrado músico pombalense "Teinha". Extreme de dúvida, é a linguagem universal da música retrocedendo no tempo, alimentando afetividade e emoção nos velhos e novos corações. Indiscutivelmente,  um encontro ímpar, saudosista, revigorante e emocionante!

Teófilo Júnior

sábado, 27 de fevereiro de 2021

Natureza


Foto Kenedy
Ave: Rolinha Cascável
Sítio: Monte Alegre — em
Pombal, Paraiba, Brazil

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Clã Brasil - Coco na beira da praia

Nossa Senhora, rogai por nós!

 



 A humanidade venceu uma batalha, mas ainda vai ser preciso muita “resiliência” para ganhar a guerra.


"Não há dia sem noite. Eles complementam-se". 

Texto Judaico

Os taninos do vinho no combate à covid-19


Estudo de pesquisadores chineses sugere que o ácido tânico, muito presente no vinho, especialmente nos tintos, pode ajudar a reduzir infecção por covid

São Paulo – Um estudo conduzido por pesquisadores chineses sugeriu que os taninos, substância muito presente no vinho, tintos principalmente, pode ajudar a reduzir a infecção por covid-19. Publicado no prestigioso American Journal of Cancer, em dezembro, o trabalho produzido na China Medical University mostrou que o ácido tânico tem funções inibidoras duplas de bloqueio de serino-proteases virais e celulares críticas para a infecção viral.

Mas se o leitor boiou, não se desespere. Para ajudar na tarefa de tornar o estudo mais palatável (leia aqui a pesquisa na íntegra), a coluna ouviu o cardiologista gaúcho Jairo Monson Filho, estudioso e grande entusiasta de vinho – e que já falou aqui sobre as conexões da bebida com a saúde.

O que é um vírus

Para começar, é preciso entender o que é um vírus. Segundo Monson, os vírus são micro-organismos muito simples, constituídos por “um núcleo de ácidos nucleicos (material genético) envolvidos por uma capa formada por proteínas”. Em tese, os vírus são micro-organismos sem vida. Melhor dizendo, para ter vida eles precisam entrar numa célula. A partir daí, eles se reproduzem e causam doenças, mas o objetivo deles, pura e tão somente, é garantir a sobrevivência da espécie. O coronavírus, por sua vez, é um vírus conhecido há mais de 50 anos, que provoca infecções respiratórias em humanos e animais. O vírus Sars-Cov-2 é o responsável pela covid-19.

Taninos, o que são?

O ácido tânico é um polifenol da classe dos taninos, presente em quantidade significativa nos vinhos, com alguns efeitos conhecidos sobre a saúde humana. Segundo o cardiologista, eles são responsáveis por dar estrutura ao vinho e, por estarem presentes na casca da uva em maior quantidade, os vinhos tintos são os que mais têm taninos. Essas substâncias são responsáveis pela sensação de adstringência quando tomamos vinho. Quando não estão maduros, podem conferir amargor à bebida. 

Protease

Um nome comprido que sempre aparece quando o assunto é covid é o da protease transmembrana serina 2 da superfície celular (TMPRSS2). Trata-se da proteína existente na membrana celular, e que tem uma afinidade química com uma das proteínas do Sars-Cov-2, segundo Monson. Ele explica: “Quando a proteína do vírus se liga à TMPRSS2 na parede da célula, o vírus tem acesso liberado para o interior dela e, desse modo, se reproduz e pode causar a doença”.

O estudo

Bem, explicamos os conceitos anteriores para ficar um pouco mais fácil de entender em que ponto o estudo chinês quis chegar. Em laboratório (veja bem, em laboratório, não em humanos), os pesquisadores descobriram que o ácido tânico se liga com facilidade à TMPRSS2. Assim, ele impediria a entrada do Sars-Cov-2 na célula. Mas, como Jairo Monson salientou, o estudo apenas “sugere, não demonstra”, que essa barreira formada pelo ácido tânico, os taninos do vinho, coibiria o desenvolvimento da covid-19.

“Outras substâncias que também se ligam à TMPRSS2, como o Remdesivir (um medicamento antiviral), em estudos clínicos, não mostraram melhora significativa da covid-19”, pontuou o médico. “Os achados de laboratório muitas vezes não se reproduzem em humanos, que são máquinas biológicas muito complexas. A relação do ácido tânico com a covid-19 ainda é uma questão em aberto.” Na opinião dele, mais estudos são necessários para que se possa dizer, de fato, que a ingestão de ácido tânico (ou melhor, vinho) protege contra a covid-19.

Outros estudos

Não é de hoje que a ciência tenta comprovar que o vinho faz bem à saúde e pode ajudar a combater doenças. O cardiologista lembrou que estudos anteriores já demonstraram que outros polifenóis existentes no vinho, como as catequinas, as procianidinas, a quercitina e o resveratrol também são capazes de impedir que alguns vírus entrem na célula, provocando doenças.

“O ácido tânico está presente no vinho, mas a gente sabe que, nessa bebida, quase tudo é diferente. O próprio ácido tânico é um exemplo. Sozinho, ele é intragável e danoso. É utilizado para curtir couro! No entanto, no vinho, ele é responsável por uma série de atributos. E isso é mágico! É difícil entender por que no vinho ele é tão diferente”, conjecturou.

Realmente eficaz

Em suma: vinho é bom, é ótimo, é excelente e muitos de nós amamos. Mas a pesquisa sobre a capacidade dos taninos do vinho no combate à covid-19 não nos dá licença para encher a cara. Muito menos abandonarmos a máscara e fazermos aglomerações por aí.

Por ora, distanciamento social, o uso responsável da máscara e a vacina são os únicos preventivos comprovadamente eficazes que temos.
 
Por Adriana Cardoso - RedeBrasilAtual

Caro Deputado


O diálogo é atribuído a personagens de vários estados, mas os cearenses garantem que aconteceu com Crisanto Moreira da Rocha. Ele estava em campanha para deputado federal, no interior, quando parou esfomeado em um boteco e pediu seis ovos fritos para ele e acompanhantes. 

Reagiu com ironia à conta salgada de 600 mil réis: “Ovos, aqui, são difíceis de encontrar?” 
 
O dono do boteco não deixou barato: “Não, doutor, ovo é fácil. Difícil de encontrar aqui é deputado federal.”
 
Cláudio Humberto 

Com Você - Palhaço mirim paraibano rouba a cena em Silvio Santos

 


 


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021


O alimento colhido no roçado não representa para o paraibano apenas um item a mais para sua subsistência em sua mesa. É muito mais que isso. A apanha é o fruto sagrado de seu suor, resultado da eclosão das sementes, de um bom ano de inverno e da paixão do agricultor pela sua terra. A colheita do feijão verde, em particular, é a comunhão entre Deus, o homem e a natureza!

 


Alma perdida


Toda a noite choraste....e eu chorei
Talvez porque,ao ouvir- te,adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós

Contaste tanta coisa á noite calma
Que eu pensei que tu eras a minh' alma
Que chorasse perdida em tua voz!

Florbela Espanca

Castles in the Air

 


 

 

O amor de pai transcende o amor de filho. Não que ele seja maior ou menor. Não é isso. Amor não se mede em régua, amor é intensidade, imensurável e paciente. Com o tempo, pude compreender o amor de pai não quando fui pai, mas somente quando fui filho. Amor despojado, sublime até na dureza da correção!

A relação de pai e filho é cheia de fases e definições. Primeiro o pai é o herói, o filho não teme se jogar em seus braços. Com os anos, ele passa a ser careta, rabugento, censurador. Mais um pouco e ele chega a fase do moderador, âncora, bússola. Aí ele volta a ser herói. Nessa fase ele já se foi, geralmente ele não passa de uma lembrança. Por isso preciso te amar a cada instante. 
 
Sabe, na verdade, eu queria mesmo era dizer a você Yan, meu filho, que passarei por todas essas fases, que elas passarão... só o meu amor não passará. Eu te amo, meu filho! 
 
Teófilo Júnior

 


 


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

 



"Damos voltas e voltas, mas, na realidade, só há duas coisas :
- ou escolhes a vida ou afastas-te dela."

José Saramago


O tempo é o lenço de toda lágrima.

(Mia Couto)

DINHEIRO E UM BILHETE DE AMOR: Fátima Bezerra conta o que encontrou nas pastas e gavetas de Zé Maranhão


Eu já estava pensando em encerrar meus escritos sobre o Nosso Amor. Mas, Deus tem me falado de forma tão audível nesses dias, que não posso deixar de partilhar. Despertei com a incumbência, que dei a mim mesma, de mexer nas pastas pessoais e gavetas de meu marido, a fim de procurar seus contratos agrícolas e, a partir de então, cair na luta da vida real.

Encontrei um talão de cheques, junto a R$1.O25 em espécie, misturados com alguns papéis. Fato raro aparecer dinheiro nas coisas do meu marido, que, a exemplo do cuidado que tinha no trato da coisa pública, era cauteloso e seguro com suas finanças pessoais. Não me recordo de sua participação econômica nos preparativos festivos de nenhuma comemoração em nossa casa.

Mas, por outro lado, ninguém conseguia igualar a contribuição imaterial inerente à sua presença. Quando descia as escadas, o perfume Eau du Soir já anunciava sua chegada, e toda e qualquer reunião tinha um outro astral. Ele tinha um carisma incrível. Fico imaginando sua entrada no céu, que clima de alegria reluzente, na chegada ao ambiente em que todos são carismáticos.

Resolvi, não sei porque, mandar deixar, R$1.000 (do dinheiro que encontrei), na Casa da Vovozinha, instituição beneficente de João Pessoa, e fiquei com os R$25 restantes para o pão e o bolo do lanche da tarde. Às vezes, não temos um tostão na bolsa!

Creiam -me: os irmãos, da Casa da Vovozinha, estavam em preces, para que surgisse uma doação, a lhes possibilitar a compra de cadeiras. Precisavam exatamente da quantia que receberam.
Concomitantemente, vem Verônica Luna, minha amiga dos bons tempos da Lourdinas, e me manda a seguinte mensagem:

“Você tem recebido muita força e inspiração do plano superior para atravessar esse deserto de forma tão sublime e digna. Em seus textos, tecidos não de palavras, mas de sentimentos, você se desnuda, faz confidências, oferece generosidade, partilha o seu amor com as demais pessoas, que, embora o conhecessem e o admirassem, não tiveram do privilégio da estreita convivência e afeto que só a você foram destinados.”

Minha amiga é pessoa muito espiritualizada. Especial. Creio que suas energias chegaram até o céu e Nosso Amor me levou a fazer tão singela e oportuna doação.

Também encontrei, nas suas gavetas, misturados aos pertences já mencionados, vários bilhetinhos que eu colocava nos bolsos dos seus paletós. Dentre todos, um só vou confessar: “meu amor, como você pode ser tão lindo?”

E lembro do dia, em que comentando sobre esse bilhetinho, ele deu uma boa gargalhada! Só isso!… Porque ele nunca deixou de acreditar em mim.

Fátima Bezerra Cavalcanti

 


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021


"Há momentos, e você chega a esses momentos, em que de repente o tempo pára e acontece a eternidade."


Fiodor Dostoievski

*Foto do filme Sacrifício

 


 



Cada poema é uma garrafa de náufrago jogada às águas... Quem a encontra, salva-se a si mesmo.

Mário Quintana

 


terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

 


O fruto do juazeiro, popularmente conhecido como juá, tem cor amarelada, cascas finas e polpa bastante consistente. É comestível, ácido e doce ao mesmo tempo.

Típica da caatinga brasileira, a árvore está presente em todo o Nordeste e no norte de Minas Gerais. No extremo norte da Bahia, na divisa com Pernambuco, às margens do Rio São Francisco, o juazeiro, deu origem a sexta maior cidade do estado.
 
Tudo começou na sombra de uma árvore. Há muito tempo, o pé de juazeiro serviu de lugar de descanso para os tropeiros que passavam.
 
Além de parada de descanso, os antigos acreditavam que o juazeiro afastava os maus espíritos.

 


 


 


Feira de Mangaio | Mariana Aydar + Felipe Cordeiro + Marcelo Jeneci

O valioso tempo dos maduros


Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro. Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário-geral do coral. As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa... Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, O essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta o essencial! 

Mário de Andrade (1893 - 1945)

domingo, 21 de fevereiro de 2021

Frase

 

Deus usa o silêncio para ensinar sobre a responsabilidade das palavras.

Paulo Coelho

 


"Nunca é alto o preço a pagar pelo privilégio de pertencer a si mesmo..."

Friedrich Nietzsche


Só há um caminho para a felicidade. Não nos preocuparmos com coisas que ultrapassam o poder da nossa vontade.

 


Nat King Cole - Unforgettable

sábado, 20 de fevereiro de 2021


 
"Só o amor concede eternidades."

Mia Couto

 


 



Eu quero o mapa das nuvens e um barco bem vagaroso.

Mário Quintana.

 


O silêncio como elemento civilizador

 


O RESTO É SILÊNCIO
Da outra sensação à intuição da beleza, do prazer e da dor ao amor e ao êxtase místico e à morte – todas as coisas que são fundamentais, todas as coisas que, para o espírito humano, têm o mais profundo significado, podem ser apenas experimentadas, e não exprimidas. O resto é sempre, em qualquer lugar, silêncio. Depois do silêncio, aquilo que mais se aproxima de exprimir o inexprimível é a música.”
– Aldous Huxley, em “Música da noite & outros ensaios”. [tradução Rodrigo Breunig]. Porto Alegre: L&PM, 2014.

 

A natureza é cheia de sons, silêncios e barulhos. Quando nascemos nos rebentamos numa explosão de prantos e gritos. Nossa primeira grande lição de socialização é sobre o barulho e o silêncio. O silêncio significa geralmente que está tudo bem; o barulho, o choro significa que algo está errado ou incompreendido.

A nossa segunda lição também está na dialética do silêncio e do barulho. Ouvimos os ruídos das vozes de nossos pais e aprendemos a linguagem. Sem o silêncio da observação, não há o sentido na linguagem, apenas barulho. Portanto, o silêncio sempre precede o aprendizado. O som emitido por sua vez, pode virar uma mensagem ou não, dependendo do ouvinte. Quando esse som não faz sentido para nós, é chamado barulho, quando faz parte do nosso universo simbólico, transforma-se em: fala, música, poesia, discurso, política, ciência etc.

Portanto, caros ouvintes, façamos do silêncio o ponto de partida para o aprendizado, para o crescimento, para a compreensão do mundo. Torna-se necessário o reaprender o tempo do silêncio e do som. Cada momento de reflexão no silêncio pode gerar um som posteriore cada som pode gerar um silêncio. Embora sejam antagônicos, eles são complementares.

Desta maneira, não é possível haver cognição na confusão dos sons uma vez que é apenas através do silêncio de nós mesmos que podemos selecionar os sons de vozes, de músicas para darmos sentidos e interpretá-los com base no que aprendemos socialmente. Ou seja, é somente no silêncio que aprendemos a dar sentido aos sons, por isso que torna-se crucial se abrir para ouvir muito mais que falar.
Nesse mundo extremamente barulhento, cujos ruídos, onomatopeias urbanas fazem parte da nossa paisagem sonora, é crucial pensar em silêncio. A final é no silêncio da nossa mente que se consolida as mais barulhentas ideias e é sempre necessário haver silêncio para que as pessoas dialoguem.

* Roniel Sampaio Silva.Mestre em Educação e Graduado em Ciências Sociais. Professor do Programa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – Campus Floriano. Dedica-se a pesquisas sobre condições de trabalho docente e desenvolve projetos relacionados ao desenvolvimento de tecnologias.

 Fonte: Café com Sociologia.

 

 


 


 



O alimento colhido no roçado não representa para o paraibano apenas um item a mais para sua subsistência em sua mesa. É muito mais que isso. A apanha é o fruto sagrado de seu suor, resultado da eclosão das sementes, de um bom ano de inverno e da paixão do agricultor pela sua terra. A colheita do feijão verde, em particular, é a comunhão entre Deus, o homem e a natureza!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

 



Um texto cheio de sentimento, saudade e poesia, escrito pela Desembargadora Fátima Maranhão.

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Eu estava com os cabelos escuros, para agradar meu noivo, que elogiava os negros cabelos da minha irmã Alexina. 
 
Com relação ao sorriso, fazíamos parelha. Sempre sorrimos com o coração, porque é largo o sorriso dos que são transparentes. 
 
Recebemos essa foto através do Instagram da minha filha, Alicinha, enviada por moradores de Itabaiana, que disseram tê-la colocado em um porta retrato na sala. Há quantos tempo essa imagem foi fotografada?! À época, meu pai, Deputado Estadual. Meu Amor, Deputado Federal. Eu, estudante do Curso de Especialização em Direito, a nível de pós-graduação, esforçando-me para estar sempre entre as primeiras alunas da turma. Aliás, assim foi também na faculdade e no concurso para a magistratura, quando fui aprovada na primeira colocação. 
 
Com tal aprovação, enveredei por carreira diferente da que imaginava meu noivo, que via em mim a vocação de uma Assistente Social, tendo em vista o espírito fraterno e solidário que ele enxergava na minha pessoa, preocupada com as causas sociais. Mas, não o frustrei, porque, apesar de em profissão diversa, pude imprimir, no mister de juíza, essa veia humana que ele observava na minha personalidade.
Sempre gostei de ler, de estudar, de escrever. E desenvolvíamos grandes diálogos sobre obras da literatura clássica e regional, motivo pelo qual nos igualávamos nas idades e na cultura. Quando eu tocava no piano ‘Noturno’, de Chopin, ele lembrava sua história com George Sand. Assim, eu seduzia e me deixava seduzir, fazendo da ‘Sonata ao Luar’, de Beethoven, nosso mundo de fantasia.
 
Nosso amor nutria essa prazerosa troca de conhecimentos, refletida em ocasiões como naquelas em que eu ia estudar Direitos Humanos e Sociais e ele me dava aulas melhores do que a de respeitados doutrinadores, como Dalmo Dallari e Flósculo da Nóbrega. Travávamos verdadeiras batalhas jurídicas, durante as reflexões das minhas teses acadêmicas, o que me ajudava a crescer, cada vez mais, como amante das Ciências do Direito.
 
Ele não era de dizer que sentia orgulho de mim ou que admirava minha capacidade intelectual. Mas também nunca deixou de me falar: você nasceu para brilhar!
 
Eu retrucava: quem nasceu para brilhar foi você, Meu Amor. Olhando para o céu, avistamos milhares de estrelas, mas aqui ao meu lado é que está o piloto que, em voos noturnos, faz-me mergulhar na imensidão das luzes, que piscam na terra e no céu.
 
Adorávamos esses voos noturnos e eu, de espírito romântico e sentimental, dizia amar aquela sensação de liberdade e de sintonia com o infinito! Abrindo um leve sorriso no rosto, ele achava bonito meu entusiasmo e minhas fantasias.
 
Penso, Meu Amor, que os apaixonados nunca deveriam deixar de curtir um céu estrelado ou banhado pela lua, porque conosco foi assim: um cenário como esse consolidou o nosso bem querer.
 
Hoje nostálgica, estou com medo desta noite. Está sem estrelas... como suprir essa lacuna? Cerro meus olhos e lhe vejo no céu luminoso da minha mente, com seu puro e maravilhoso sorriso. Desculpa, neste instante não consigo sorrir, nem mesmo declamando o Soneto da Fidelidade. Mas hei de ter paz, não chorarei meu pranto, lembrar-me-ei de teu contentamento.
 
Amanhã ou depois, hei de te encontrar na mais brilhante estrela do céu.
 
Fátima Maranhão.