domingo, 28 de abril de 2024

Jatobá

 

Hoje encontrei na feira o fruto do jatobazeiro. A fruta é típica da região do cerrado mas essa veio da região de Teixeira-PB e restava um único fruto a venda na tarimba. O fruto tem indicação medicinal. 
 
Os benefícios do jatobá se devem às suas propriedades medicinais, adstringente, antibacteriano, antiespasmódico, antifúngico, anti-inflamatório, antioxidante, cicatrizante, diurético, estimulante, expectorante, fortificante, hepatoprotetor, laxante, tônico e vermífugo.

Pinta, o Xerife do São Cristóvão de Pombal-PB

Pinta foi um dos melhores zagueiros que eu vi jogar. Na época, ele fazia dupla com Legal vestindo a tradicional camisa do São Cristóvão de Pombal-PB. Josué fazia sempre o segundo homem de marcação.  Elegante com a bola, tranquilo, dono de um bom passe e muito seguro dentro da área, Pinta sempre demonstrou muito futebol fosse no São Cristóvão no Ferroviário ou nos demais clubes que defendeu.

Educado, modesto e hoje de passagem pela cidade de Pombal-PB, o encontramos na residência do amigo Romualdo para um bate-papo saudoso e muito interessante sobre futebol. Vale a pena assistir até o final.


Teófilo Júnior

sábado, 27 de abril de 2024

sexta-feira, 5 de abril de 2024

Gente da Gente, relembra:

 A Professora “Marinheira” e o Instituto Santa Rita - Uma história a ser lembrada

Numa época em que promover educação e frequentar escola era algo muito dificultoso, surgiu em Pombal, interior da Paraíba, o Instituto Santa Rita, Escola que funcionava inicialmente sob o regime de internato, e tinha à frente a corajosa Professora Maria Cavalcante da Silva, D. Marinheira.
 
Nascida em Alagoa Grande-PB, em 28 de dezembro de 1919, filha de Joaquim Jerônimo Cavalcante e Rita Cavalcante da Silva, D. Marinheira já aos 13 nos demonstrava sua vocação para o exercício do Magistério na cidade do Recife-PE, onde residia. 
 
O epíteto de “Marinheira”, ganhara de um Oficial da Marinha, amigo da família, que ao vê-la em tenra idade, admirado com a cor tão clara da pele da criança, comparou-a ao branco de seu uniforme aduzindo que aquela criança “parecia uma marinheirinha”; e o apelido ficou. 
 
Anos mais tarde, já adulta, tendo fixado residência em Pombal-PB, onde seu pai instalara uma indústria de bebidas, D. Marinheira iniciou suas atividades como professora lecionando em sua própria residência. Não demorou muito e a fama da Professora logo se espalhou ocasionando um crescente número de alunos, sendo necessário iniciar a construção de um prédio próprio para a Escola (Instituto Santa Rita) bem como de duas casas para abrigar os alunos e alunas internos. 
 
O rigor e a disciplina da professora, que contava com a famosa palmatória como “auxílio didático-pedagógico”, logo espalhou-se pelo Sertão e o Instituto Santa Rita passou a receber alunos não apenas de Pombal, mais também de outras cidades e até estados circunvizinhos. As aulas ministradas eram concorridas e os alunos sabiam a tabuada e a cartilha de cor e salteado, até porque se assim não fosse suas mãos beijavam o rosto duro de uma palmatória (apelidada de “Chiquinha”) feita de cumaru manejada com tamanha habilidade e destreza pela Professora Marinheira.
 
O quadro (que hoje chama-se lousa) era escrito com giz e o apagador uma esponja esverdeada surrada pelo tempo. “Recursos didáticos” esses que faziam os alunos doutores quando recordavam a existência de “Chiquinha” (palmatória).
 
A danada da palmatória era tão eficiente em seu ofício que havia até um ranking, criado pelos alunos, para classificar qual das Professoras melhor utilizava e manuseava aquele discutível “recurso pedagógico”. A professora Marinheira, claro, ganhava em todos os quesitos: habilidade, destreza, força no braço e pontaria. Tão logo “gaguejava-se” a lição ela entrava em cena. Não errava uma. Depois, em segundo lugar, vinha o professor Guimarães, que além de lecionar também era mágico. A Professora Marinheira, com a palmatória na mão fazia o alunado tirar leite de pedra soletrando até o insoletrável.
É óbvio que não se conhecia a pedagogia de Paulo Freire, Darcy Ribeira ou Florestan Fernandes, o fato é que se aquela “metodologia” era certa ou errada, agora pouco importa; mas uma coisa hoje é indubitável: aquela palmatória formou muitos médicos, advogados, engenheiros e, acredite, até professores.
 
Em pouco tempo, a Escola já contava com cerca de 150 alunos internos matriculados. Como já dito, pelas mãos e palmatória da Professora Marinheira passaram alunos que hoje tornaram-se médicos, juízes, advogados, professores, engenheiros e políticos de nossa cidade e região como o saudoso Dr. Marcos Benjamim, ex-juiz e ex-Secretário de Segurança Pública da Paraíba e Cezar Maia, ex-prefeito do Rio de Janeiro. 
 
No Instituto, a professora Marinheira contava com o apoio de uma boa equipe, dentre eles podemos destacar as pessoas de Neta, Daniel, Joana Daniel, Anete, Maria, Maria de Jesus e outros.
 
Um fato bastante interessante e merecedor de registro é que o Instituto Santa Rita recebia mantimentos e vestuários da Legião Brasileira de Assistência (LBA) para serem doados a pessoas carentes de nossa cidade, principalmente os residentes nas periferias. Ocorre que a distribuição das roupas e alimentos na região do prostíbulo (cabaré) era feita de madrugada pela Professora Marinheira e Naninha Fontes. Naquela época, não se concebia que duas moças de famílias fossem vistas transitando na região do “baixo meretrício”, mesmo que fosse para fazer doação aos necessitados. 
 
Os alunos internos e semi-internos, trajados com as cores do fardamento, quase militar, logo receberam o apelido de “Rolinhas Fogo-Pagou” de D. Marinheira, numa alusão a ave silvestre da nossa região cuja cor do uniforme escolar imitavam as cores de suas penas. Em contraposição, os alunos do Instituto Santa Rita faziam alusão aos alunos do Grupo de Anita, do Professor Guimarães na Sede Operária e de Neném de Misto impingindo-lhes a alcunha de “Periquitos”.
 
A Escola chegou a ter uma filial funcionando sob a direção da Professora Marinheira na vizinha cidade de Sousa-PB. 
 
A Professora Marinheira era irmã do Tenente Raul Cavalcante, Oficial da Marinha do Brasil, e em 01 de novembro de 2009, aos 90 anos de idade, veio a falecer na cidade de Pombal, deixando além de um grande legado na educação de Pombal e da Paraíba, a filha Maria do Remédio Assis Cavalcante e os netos Renata Priscila, Maria Rita, Nemésio e Joanne Maria. 
 
Fica aqui o nosso respeito e o mais alto reconhecimento ao trabalho educacional prestado pela Professora Maria Cavalcante da Silva, D. Marinheira, a Pombal e região. 
 
Teófilo Júnior