Estou lendo uma biografia do Rubem Braga escrita por Marco Antonio de
Carvalho e logo no início (são 610 páginas) na descrição da participação
da FEB na ultima guerra na Itália, onde o biografado foi jornalista
correspondente, fica patente nossa pobreza. O pequeno número de
pracinhas para lá enviados sequer tinham farda adequada às baixas
temperaturas dos Alpes. Os oficiais americanos chamaram à atenção do
jovem repórter. Mas isso foi em 1944, e são águas passadas. Negativo.
Nos dias de hoje ainda passamos vexames como falta de pagamento, há mais
de um ano, para com o fornecedor de tornozeleiras eletrônicas. Detentos
que já poderiam estar em liberdade condicional não estão por falta
desse equipamento. Dois singelos mas significativos exemplos de como é o
Brasil. É um Paraguai grande. Subdesenvolvido.. Deixou de ser o melhor
do mundo no futebol, mas continua campeão na corrupção, no número de
sindicatos, no número de partidos políticos, no tamanho de sua
Constituição, e no número de trabalhadores desempregados. Chegamos a
passar dos doze milhões, nos números oficiais, mas sabemos serem muito
mais. Somos ainda campeões mundiais no quesito dos juros. E temos imensa
vergonha em reconhecer nossa pobreza.
Eduardo P. Lunardelli
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