Impressão artística do planeta Proxima b, a 4,2 anos-luz da Terra
O planeta Proxima b, recém descoberto, tem tudo para ser uma versão plus
do nosso: temperaturas que beiram os 30°C, água líquida, 30% maior... E
o melhor: fica aqui do lado
Na última quarta (24), uma notícia deixou de orelhas em pé tanto os
amantes da ficção científica quanto os da ciência da vida real:
astrônomos do European Southern Observatory, um dos maiores observatórios do mundo, anunciaram a descoberta de um planeta
que pode ter muitas das condições necessárias aos surgimento e à
evolução da vida. Batizado de Proxima b, ele orbita uma anã vermelha
chamada Proxima Centauri - e já foi carinhosamente apelidado de nova
Terra. Entenda por quê, e veja o que ele tem de bacana:
1. Ele está na distância perfeita de sua estrela
O Proxima b está a 7,5 milhões de km de sua estrela-mãe, a Proxima Centauri. Isso é bem perto: é 5% da distância da Terra ao Sol. Mercúrio mesmo fica bem mais longe: a 57 milhões de km.
O Proxima b está a 7,5 milhões de km de sua estrela-mãe, a Proxima Centauri. Isso é bem perto: é 5% da distância da Terra ao Sol. Mercúrio mesmo fica bem mais longe: a 57 milhões de km.
Toda essa proximidade pode parecer ruim, mas está tranquilo, está
favorável, para o planeta recém-descoberto: sua estrela é bem mais fria e
muito menor do que o Sol - tem menos de 15% do diâmetro dele (pouco
maior que Júpiter). Isso compensa a proximidade. Isso significa que, no
Proxima b, pode haver água líquida, o ingrediente básico para a vida.
2. A estrela dele vai viver muito mais do que o Sol
A Proxima Centauri é uma anã vermelha que pertence à constelação do Centauro, e que provavelmente tem a mesma idade que o Sol. Mas as análises dos astrônomos mostram que a Proxima vai continuar brilhando - e "alimentando" Proxima b - por alguns bilhões de anos depois de o nosso sol morrer, o que vai acontecer daqui a 7 bilhões de anos. Ou seja: contando que o planeta seja mesmo habitável e que, um dia, seja alcançavel pelas nossas naves, poderemos nos mudarmos para lá para passar mais alguns bilhões com um sol para chamar de nosso.
A Proxima Centauri é uma anã vermelha que pertence à constelação do Centauro, e que provavelmente tem a mesma idade que o Sol. Mas as análises dos astrônomos mostram que a Proxima vai continuar brilhando - e "alimentando" Proxima b - por alguns bilhões de anos depois de o nosso sol morrer, o que vai acontecer daqui a 7 bilhões de anos. Ou seja: contando que o planeta seja mesmo habitável e que, um dia, seja alcançavel pelas nossas naves, poderemos nos mudarmos para lá para passar mais alguns bilhões com um sol para chamar de nosso.
3. O céu no planeta, provavelmente, é vermelho
Se você chegasse em Proxima b, em vez do familiar céu azul aqui da Terra, você veria uma imensidão vermelha, como um por do sol eterno. Isso porque a luz da estrela é avermelhada.
Se você chegasse em Proxima b, em vez do familiar céu azul aqui da Terra, você veria uma imensidão vermelha, como um por do sol eterno. Isso porque a luz da estrela é avermelhada.
4. Ele está MUITO perto da gente
Daqui até Proxima b, é um pulinho (pelo menos, em termos astronômicos): só 4,2 anos-luz (37 trilhões de km). Pode parecer bastante, mas os outros planetas semelhantes à Terra que nós já encontramos ficam bem mais longe: o Kapteyn b, na constelação de Pictor, está a quase 13 anos-luz de distância; o Wolf 1061 c, na constelação do Serpentário, fica a 14 anos-luz; e o GJ 667 C c, na constelação de Escorpião, a 22 anos-luz. De fato, a Proxima Centauri é a estrela que está mais perto do sistema solar - daí o nome da estrela, e o do planeta, que ganhou o nome da estrela adicionado da letra "b" - o "a" seria a própria anã-vermelha.
Daqui até Proxima b, é um pulinho (pelo menos, em termos astronômicos): só 4,2 anos-luz (37 trilhões de km). Pode parecer bastante, mas os outros planetas semelhantes à Terra que nós já encontramos ficam bem mais longe: o Kapteyn b, na constelação de Pictor, está a quase 13 anos-luz de distância; o Wolf 1061 c, na constelação do Serpentário, fica a 14 anos-luz; e o GJ 667 C c, na constelação de Escorpião, a 22 anos-luz. De fato, a Proxima Centauri é a estrela que está mais perto do sistema solar - daí o nome da estrela, e o do planeta, que ganhou o nome da estrela adicionado da letra "b" - o "a" seria a própria anã-vermelha.
3. Ele é uma Terra com esteroides
A massa do Proxima b é só 30% maior que a nossa. A principio, isso nao faz sentido. Os modelos científicos mais avançados de formação de corpos celestes mostram que as estrelas pequenas, como o Proxima Centauri, só conseguem comportar planetas minúsculos: bem menores que o nosso. Os astrônomos ainda não sabem o que possibilitou o crescimento do Proxima b, mas têm algumas hipóteses: a primeira defende que o planeta, depois de pronto, acabou "empurrado" por algum agente externo para perto da estrela; a segunda é que embriões planetários (pequenos planetas em formação) ou pequenas rochas, que já estavam próximos da estrela, acabaram se fundindo e criando o Proxima b.
A massa do Proxima b é só 30% maior que a nossa. A principio, isso nao faz sentido. Os modelos científicos mais avançados de formação de corpos celestes mostram que as estrelas pequenas, como o Proxima Centauri, só conseguem comportar planetas minúsculos: bem menores que o nosso. Os astrônomos ainda não sabem o que possibilitou o crescimento do Proxima b, mas têm algumas hipóteses: a primeira defende que o planeta, depois de pronto, acabou "empurrado" por algum agente externo para perto da estrela; a segunda é que embriões planetários (pequenos planetas em formação) ou pequenas rochas, que já estavam próximos da estrela, acabaram se fundindo e criando o Proxima b.
4. Pode existir vida por lá
O palneta está na chamada zona habitável da órbita da estrela - perto o bastante para que a água presente ali não congele, e longe o suficiente para que não evapore. Ou seja: ele pode ter água líquida, o ingrediente essencial para a vida. Essencial, mas não exclusivo: também é preciso haver um campo magnético que proteja o planeta da radiação que vem da estrela - que, no caso do Proxima b, é GRANDE: ele recebe 400 vezes mais raios X do que a Terra.
O palneta está na chamada zona habitável da órbita da estrela - perto o bastante para que a água presente ali não congele, e longe o suficiente para que não evapore. Ou seja: ele pode ter água líquida, o ingrediente essencial para a vida. Essencial, mas não exclusivo: também é preciso haver um campo magnético que proteja o planeta da radiação que vem da estrela - que, no caso do Proxima b, é GRANDE: ele recebe 400 vezes mais raios X do que a Terra.
5. Ele não tem dia e noite
Saber a Lua, que está sempre com a mesma face voltada para a Terra?
Então: com o Proxima b é a mesma coisa. A configuração da gravidade do
planeta e da estrela, somada à proximidade dos dois, travou um "de
frente" para o outro - não há rotação, só translação. Isso significa que
Proxima b não tem dia e noite, mas também indica que o lado iluminado
deve ter uma temperatura relativamente amena - que pode variar entre 0°C
a 30°C -, enquanto o outro, sempre no escuro, pode chegar a um frio de
-60°C. Mas isso até que é ok, se a gente considerar que a temperatura
mais fria registrada na Terra foi de -89,2°C, no Polo Sul, e a mais
quente, 54°C. Outra coisa interessante sobre a falta de rotação: se o
planeta tiver água líquida, ela provavelmente vai estar no hemisfério
que encara a estrela, ou então em um cinturão tropical.
Por
Helô D'Angelo
Revista Superinteressante
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