há outros que sabem mais;
há outros que tiram pomba
do laço que você faz.
Quem é pobre, sempre é pobre,
quem é pobre, nada tem;
quem é rico sempre é nobre
e às vezes não é ninguém...
Tenho tosse no cabelo,
dor de dentes no cachaço,
sinto canseira nas unhas,
não vejo nada de um braço.
Encontrei o dá e toma
na rua do toma lá;
inda não vi dá sem toma,
nem toma sem deita cá.
Se onde se mata um homem
pôr uma cruz é preceito
tu deves trazer, Maria,
um cemitério no peito.
Os rapazes de hoje em dia
são falsos como melão:
tem de se partir um cento
para se encontrar um são.
O amor dum estudante
não dura mais que uma hora:
toca o sino, vai pra aula,
vêm as férias, vai-se embora.
Eu não quero, nem brincando,
dizer adeus a ninguém:
quem parte, leva saudades,
quem fica, saudades tem.
Vou deitar a despedida,
por hoje não canto mais;
já me dói o céu da boca
e o coração inda mais.
Trovas de autores desconhecidos, umas com sabor de poesia popular e tradicional, tocadas às vezes de leve ironia, extraídas do livro "Humor e Humorismo", de Idel Becker, Editora Brasiliense - São Paulo, 1961, pág. 24.
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