Um professor de uma escola cara de São Paulo pediu um trabalho cujo tema era "Fora Temer, golpista"
Quem disser que não
existe pregação política socialista ou afins nas escolas e nas universidades
mente ou é, simplesmente, desinformado. Chega-se ao cúmulo do ridículo quando
se nega isso em público. Só se repete essa mentira em público porque a maior
parte da audiência –feita de professores, alunos e gente "do ramo"–
concorda com a pregação petista.
Já disse isso aqui,
mas, como num mundo ruidoso como o nosso sempre precisamos repetir o óbvio,
vamos lá: quase todo professor de humanas prega descaradamente em sala de aula
a cartilha marxista, requentada ou não. E, assim, formará outros professores,
artistas, cineastas, profissionais de TV e rádio, publicitários, advogados,
jornalistas, enfim, um monte de gente que será massa de manobra de partidos
como o PT e PSOL.
Entretanto, não sou a
favor de uma lei que crie espaço para ainda mais censura na sala de aula. Por
outro lado, se pais, professores menos alienados na cartilha marxista e alunos
menos manipulados por essa cartilha não botarem a boca no trombone,
continuaremos a ter a reprodução infinita de esquemas de "bullying"
intelectual e institucional contra professores e alunos que se distanciarem
desse quadro de "comissários petistas do povo".
Nesta semana recebi
de uma leitora uma foto de uma lousa numa sala de aula de uma dessas escolas
caras da zona oeste de São Paulo, que prima por ser a mais rica da cidade e com
mais gente 'mimimi', na qual o professor ou professora pedia um trabalho cujo
tema era "Fora Temer, golpista" (sei qual é a escola, mas não vou dar
o nome dela aqui para poupá-la da saia justa).
A foto foi tirada por
uma aluna, como é de hábito hoje em dia fazer quando o professor escreve algo
na lousa, em vez de copiar no caderno. A intenção da atividade didática era
levar os alunos a pesquisar e refletir sobre o "golpe" e as formas de
enfrentamento dele.
"Et voilà",
diriam os franceses quando mostram algo óbvio. Poderíamos acrescentar que, na
pós-graduação, professores dedicam parte de suas aulas para falar mal de vídeos
e textos de colegas que criticam seu "ópio" mais amado: o caminho da
roça conhecido como crença marxista.
Mas, como toda gente
militante acaba por ficar meio "tosca", ao fazer isso eles provam a
tese de quem os acusa de pregar o "ópio do intelectuais" em sala de
aula.
Sobre isso, aliás,
indicaria o grande clássico recém lançado no Brasil pelo selo Três Estrelas,
"O Ópio dos Intelectuais" do filósofo e sociólogo francês Raymond
Aron (1905 - 1983). O livro foi lançado nos anos 1950 e de lá para cá nada
mudou: os intelectuais e associados continuam a viver dos mesmos mitos
políticos do socialismo.
E nada vai mudar se
você não se mexer (claro, se você não for um dos integrantes da seita
retrógrada): seus filhos serão petistas e dirão que, sim, "podemos roubar
e calar a boca dos outros, em nome da revolução". A ideia de uma lei
contra a escola com partido não vai adiantar nada, vai apenas criar condições
para os "pastores do ópio dos intelectuais" continuarem sua pregação,
com a cara mais lavada do planeta. Usarão de recursos retóricos do tipo
"queremos apenas formar alunos críticos", ou a "direita quer
censurar o pensamento na sala de aula". Risadas? Esse papinho só cola para
os ouvidos mal informados.
Já existe censura na
sala de aula. Recebo continuamente e-mails de professores e alunos em papos de
aranha porque não rezam na cartilha dos "pastores do ópio dos
intelectuais".
Em escolas como a
daquela lousa petista, mesmo se os alunos quiserem convidar os professores ou
intelectuais que não rezam na cartilha do "ópio dos intelectuais",
terão sua iniciativa negada.
Isso acontece da
forma mais descarada que você pode imaginar. Portanto, não acredite quando
ouvir muitos desses intelectuais ou professores (não são todos, mas, sim, são a
maioria) dizerem que são a favor do "diálogo" ou do
"debate". É uma piada. Não existe diálogo ou debate na universidade
ou na escola. É mais fácil você achar diálogo e debate numa igreja evangélica.
Juro por Deus! Aleluia, irmãos!
Luiz Felipe Pondé
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/colunaseblogs/luizfelipeponde/2016/09/1812343-quem-diz-que-nao-existe-pregacao-socialista-nas-escolas-mente-ou-e-desinformado.shtml.
Acesso em: 12 setembro 2016.)
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