No dia 10 de maio, o professor Pierre Pinto Cardoso, de 39 anos, saiu de Boa Vista, em Roraima, com destino a Curitiba, capital paranaense. Professor de história no Instituto Federal de Roraima, ele decidiu entrar em greve de fome, em solidariedade aos professores do Paraná que estão parados há 38 dias,em protesto pela falta de pagamento de reposição inflacionária de seus salários, uma crise que se alastra para outros Estados. Há dez dias, Cardoso está acorrentado a uma placa onde se lê “Em greve de fome”, dentro de uma barraca improvisada na frente da Assembleia Legislativa do Paraná. É o segundo protesto do tipo, encampado por ele, em menos de um mês.
“No final de abril, comecei uma greve de fome lá em Roraima porque os vereadores da cidade [a capital Boa Vista] recebiam salário de 90.000 reais mensais, o maior do Brasil. Então eu me acorrentei na frente da Câmara dos Vereadores da cidade. Durou nove dias, e ao final vencemos, a Justiça conseguiu reduzir o salário deles que ficou em 10.000 mensais”.
Recebeu repetidas ameaças de morte depois disso, segundo conta. Mas, Cardoso acredita que a greve de fome teve papel importante na exposição pública do caso e na pressão por celeridade no processo que resultou em vitória para ele e para a população de Boa Vista.
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