domingo, 2 de dezembro de 2012

José Ortega Y Gasset - Um pesquisador do conhecimento

Intelectual espanhol dizia que não é possível chegar ao entendimento sem perceber e superar as próprias circunstâncias.
Para o filósofo José Ortega y Gasset (1883-1955), todas as coisas estão em permanente processo de mudança. Por isso a vida, do início ao fim, é um aprendizado. Fiel a esse princípio, sua obra é uma ininterrupta investigação dos grandes temas das ciências humanas, sem simplificações, mas escrita de modo a ser compreendida por leitores não especializados e isso o tornou um dos intelectuais mais queridos da Espanha na primeira metade do século 20. Portanto, o propósito pedagógico, no sentido mais amplo, faz parte da espinha dorsal de seu pensamento. "O homem tem uma missão de clareza sobre a Terra", dizia.

Ortega y Gasset tinha uma concepção dinâmica do mundo e da vida humana, além da ambição de revolucionar a tradição filosófica. Por outro lado, sua doutrina social propõe uma organização política de molde aristocrático e se baseia numa avaliação cética das possibilidades do homem comum. No Brasil, seu pensamento foi e continua sendo muito influente, em especial nos meios conservadores.

Em reação às correntes que afirmam a supremacia da razão e àquelas que buscam a verdade absoluta fora do mundo sensível, o filósofo construiu um sistema baseado no que chamou de razão vital. A palavra expressa a racionalidade como função da vida, isto é, algo que não pode ser separado das condições física, psicológica e social do indivíduo. A verdade também só é alcançável do ponto de vista de cada um.

Essas concepções podem parecer subjetivas, mas não são: para que o funcionamento da existência se estabeleça, é preciso que o indivíduo interaja com a sociedade. "A vida é considerada no sentido que o termo possui na linguagem cotidiana, particularmente como um valor biográfico", diz Juan Guillermo Droguett, professor da Universidade Paulista e do Colégio Internacional Tabor, em São Paulo. "Viver é certamente tratar com o mundo."

Esse é o sentido da mais famosa máxima de Ortega y Gasset: "O homem é o homem e a sua circunstância". Para ele, não é possível considerar o ser humano como sujeito ativo sem levar em conta simultaneamente tudo o que o circunda, a começar pelo próprio corpo e chegando até o contexto histórico em que se insere. A Educação vira um instrumento para que cada um possa conscientizar-se de sua circunstância, relacionar-se com ela e superá-la. "Se não a salvo, não me salvo eu", conclui o filósofo espanhol.
 
 
Márcio Ferrari
Leia o texto na íntegra clicando aqui

Nenhum comentário: