Cidade, que segundo místicos escapará da catástrofe prevista pelos maias,
se prepara para receber multidões.
O fim do mundo virou conversa de bar em Alto Paraíso. Às vésperas do dia 21
de dezembro, data que, de acordo com o calendário maia, encerra um ciclo de
5.125 anos e marca o fim do planeta, a cidade do interior goiano, encravada na
Chapada dos Veadeiros, só pensa nisso. Não é à toa. Cético ou crédulo, difícil é
encontrar algum morador alheio ao assunto. A crença de que a localização da
cidade pode protegê-la do apocalipse fez a venda de terrenos explodir este
ano.
Foto Givaldo Barbosa / O Globo
As reservas nas pousadas para a próxima sexta-feira estão esgotadas. Com medo
de desabastecimento, a prefeitura orientou a população a estocar comida. Até os
que não dão bola para a previsão temem que, pelo menos em Alto Paraíso, o mundo
acabe de verdade.
Cortada pelo paralelo14, que também atravessa Machu Picchu, no Peru, Alto
Paraíso fica sobre uma placa de quartzo de quatro mil metros quadrados cercada
por rochas e paredões. Os místicos acreditam que a força dos cristais protege a
cidade de qualquer Armagedom. A dúvida é o quanto poderá protegê-la da horda de
turistas. A prefeitura estima dez mil, numa cidade com sete mil habitantes.
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Guilherme Amado, O Globo
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