quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Zilda Arns Neumann: O mundo perde uma grande lutadora das causas justas da humanidade

Quase não acreditei quando comecei a ler os jornais nacionais que trouxeram notícias do falecimento da médica pediatra e sanitarista Drª Zilda Arns Neumann, atingida violentamente, juntamente com militares brasileiros, os quais serviam em missão de paz na ilha caribenha, por destroços de um prédio que ruiu com a intensidade do terremoto de sete graus na escala Richter, o qual foi seguido de duas réplicas fortes de 5,9 e 5,5 das referidas medidas sísmicas que atingiram a capital haitiana na noite desta terça-feira, dia 12 de janeiro de 2010.

O tremor, conforme o Centro Geológico dos Estados Unidos foi o mais forte em 200 anos registrados pelo país que divide a ilha Hispaniola com a República Dominicana, pois de acordo com notícias que extraio do site do portalcorreio (http://www.portalcorreio.com.br/noticias/matler.asp?newsId=117096) a dimensão da tragédia ainda está sendo avaliada.

Drª Zilda Arns Neumann era totalmente devotada à luta em prol de buscar e pragmatizar melhores condições de vida para a infância brasileira e mundial, bem como melhor situação de dignidade para os idosos.

Drª Zilda Arns lutou à exaustão para concretizar a Pastoral da Criança e a Pastoral da Pessoa Idosa, órgãos de ação social da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB). Drª Zilda Arns começou a trabalhar na Pastoral da Criança em 1983, a pedido do irmão, Dom Paulo Evaristo Arns.

Apoiada pela Organização das Nações Unidas (ONU), a entidade que até então era presidida pela renomada médica pediátrica e sanitarista, nascida em 27 de agosto de 1934, em Forquilhas, Estado de Santa Catarina, apostou na educação como ferramenta para combater doenças infantis e desnutrição.

Drª Zilda Arns coordenava projeto sobre Alimentação Enriquecida cuja base consistia em educar as populações carentes sobre meios de enriquecer a alimentação do dia a dia com alimentos disponíveis em cada região.

Os resultados obtidos pela atuação da Pastoral da Criança Brasileira ganharam destaque proeminente e tal ponto que em 2001 foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz.

Conforme informações disponíveis no site da Diocese de Mossoró (http://diocesedemossoro.blogspot.com/2010/01/zilda-arns-o-mundo-perde-uma-grande.html#comment-form,), Drª Zilda Arns foi indicada três vezes para o Nobel das Paz.

Humanista, sensível aos problemas da humanidade, batalhadora que nunca mediu esforços em ajudar ao próximo, Drª Zilda Arns devotou a vida às causas dos humildes do Brasil e do planeta, buscando disponibilizar esperanças e confortos aos que sofrem com as injustiças, reeeditando dessa forma bases do pensamento do também médico Josué Apolônio de Castro.

O mundo perdeu uma grande heroína das causas justas que urgem soluções, que afligem o gênero humano. Drª Zilda era sinônimo de amor ao próximo, de despreendimento e de obstinação em contribuir par a edificação de um mundo melhor, mais fraterno e harmonioso.

No ano de 2002, quando das comemorações dos trinta e três anos de fundação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, houve proposta de concessão da medalha da abolição à Drª Zilda Arns, enquanto preito de gratidão e reconhecimento pelo meritório trabalho desenvolvido.

Mossoró e a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte precisam mais uma vez demonstrar consideração à vida, às lutas e aos trabalhos desenvolvidos pela grande brasileira morta tragicamente em acidente provocado por fenômeno natural na região caribenha, reiterando e corroborando, dessa forma, as bases da sagrada filosofia de vida que pautou a existência brilhante da grande mulher que se definiu em prol da redenção do gênero humano, sobretudo os representados pelas crianças e idosos.



(*) José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor adjunto do departamento de geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente.

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