Milena Santos (Foto: Divulgação)
E como é feita a escolha da Miss Bumbum? Há uma votação democrática,
é possível reverter a eleição por algum mecanismo legal ou extralegal?
Não é de duvidar que, como tudo hoje em dia, a questão acabe no Supremo
Tribunal Federal. Os jornais têm chamado a esposa do atual ministro do
Turismo Alessandro Teixeira, Milena Santos, de “ex-Miss Bumbum”,
referindo-se a um título recebido por ela em Miami, em 2013. Nada de
errado em ser “Miss Bumbum”.
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A ex-modelo Milena é bonita, tem um corpo bonito e, a julgar pelas suas
fotos publicadas, mereceu o título. Mas sabe-se pouco sobre o título.
Ele é conferido todos os anos ou vale, por exemplo, por quatro anos ou
mais?
Milena é realmente uma ex-Miss Bumbum ou uma Miss Bumbum em exercício,
detentora legitima do título até que seja escolhida sua substituta? E
como é feita a escolha da Miss Bumbum? Há uma votação democrática, é
possível reverter a eleição por algum mecanismo legal ou extralegal?
Insistindo em chamar Milena de “ex-Miss Bumbum”, a imprensa não estaria
se precipitando, temerariamente, inclusive desrespeitando a vontade dos
eleitores do bumbum? Alguém pode ser “ex” antes do tempo? Eu gostaria
de ouvir a opinião do Gilmar Mendes a respeito.
Noveleiro
Amigo meu dizia que seu sonho era pegar uma doença nada grave, mas que o
obrigasse a ficar de repouso em casa. Ou então ser preso, também por
nada muito grave, mas com a garantia de ter muito tempo ocioso. Tudo
para poder terminar de ler o “Grande sertão: veredas”.
Não se brinca com a saúde, claro, e muito menos com o lamentável
sistema carcerário brasileiro, mas entendi o que ele queria dizer. Uma
questão de saúde tem me obrigado a ver mais televisão do que eu
costumava — e o resultado é que virei noveleiro.
Eu já tentava ver tudo que o Luiz Fernando de Carvalho fazia, e não
apenas por solidariedade de xará. O que ele está fazendo no “Velho
Chico” ultrapassa tudo que já fez na TV — com a possível exceção de “Os
Maias”.
Ele é incapaz de um enquadramento que não seja perfeito, e teve também o
talento de escolher um elenco perfeito. Confesso que me atrapalhei um
pouco no começo da história. Eu pensava que tudo se passava no século
XIX, até que apareceu um Aero-Willys em cena. E vez que outra surge uma
morena nova que ninguém sabe de onde saiu, mas é sempre bem-vinda. E até
agora ninguém explicou o guarda-roupa do Antonio Fagundes. Mas fora
isso, perfeição.
Depois vem o “Liberdade, liberdade”, um folhetim cativante feito com
técnica de cinema, e com um cuidado incomum com cada detalhe. E, como no
caso do “Velho Chico”, um elenco extraordinário. Dirigido por Vinícius
Coimbra. E esse, de onde saiu?
Luis Fernando Veríssimo
Fonte: Blog do Noblat
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