A expressão "quinto dos infernos", que usamos desde pequenos, tem uma origem que retrata bem nossa realidade: Portugal cobrava 20% de imposto sobre todo ouro produzido no Brasil; este 1/5 virou o "quinto dos infernos". Em determinado momento, a
revolta da população com este abuso culminou na Inconfidência Mineira,
liderada por Tiradentes, que queria a libertação do Brasil de Portugal.
Na época, para não pagar impostos, escondiam o ouro em imagens ocas de santos, por ex. Daí surgiu a expressão "santo do pau oco", também. Eram os odiados sonegadores da época.
Em 1789, a revolta era por pagar um quinto em imposto.
Hoje, pagamos 40% de imposto. São dois 'quintos dos infernos". E não vai para algum colonizador que nos explora. Vai para os cofres municipais, estaduais e federais.
E o que recebemos em troca?
Mensalão, Petrolão, 60 mil homicídios por ano, dezenas de partidos de
aluguel, um Estado obeso, servidores fantasmas, educação e saúde
destruídas, infraestrutura decadente no Brasil inteiro etc.
Ou seja, nem os círculos do inferno da Divina Comédia, de Dante,
assustam, se comparados a burocracia brasileira e a sede de tributação
do Estado brasileiro.
O verdadeiro inimigo era e é o Estado obeso: português ou brasileiro.
João Ferreira
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