quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

O Brasil de profissionais

O tema é longo para ser tratado em dez linhas e muito sério para ser desenvolvido por mim. Sou um amador, em todos os sentidos. Mas vou abordar o tema em poucas linhas. A corrupção não é exclusividade brasileira. É verdade, porém, que aqui encontrou clima e elemento humano que a fizeram gracejar em abundância. Disse-me uma amiga, insuspeita, que em alguns países da África ela é ainda maior. E não começou ontem. Vem do tempo do império. A política sempre foi feita por famílias abastadas, homens preparados, estudados. Com o advento do PT assumiu o poder uma classe de gente absolutamente desqualificada de tudo. Faltava educação, cultura e meios para se perpetuar no poder. Assaltar os cofres públicos, corromper as empresas e empreiteiras foi a saída para ganharem eleições de custos astronômicos. O despreparo e ganancia dos que nunca tiveram fortuna levou-os aos equívocos populistas, e ao enriquecimento dos seus dirigentes e partidários. Sempre usando cores ideológicas que nunca professaram, fizeram política de resultados, onde o bem comum, função maior da atividade pública, sempre ficou em lugar secundário. Nessas circunstâncias ser empresário sério é muito difícil. Quem tem responsabilidade social, emprega milhares de pessoas, acaba sucumbindo aos achaques e às regras imorais de conduta. Não defendo o empresário, banqueiro, industriais corruptos, mas asseguro que só existem porque compactuam com o governo e seus métodos. Os que não aceitaram as regras faliram, quebraram ou foram comprados pelos profissionais de estômago de urubu. Aí vem a pergunta: quem nasceu antes, o ovo ou a galinha? O político corrupto ou o empresário corruptor? O que é certo é que sem um, o outro não prospera. Não adianta prender empresário sem prender o político corrupto. Quebrar bancos, empreiteiras, e montadoras não vai resolver o problema da economia nacional. Cassar partidos políticos inidôneos, corruptos e corruptores é o mister primeiro. Moralizar a política, valorizar os empresários sérios é a única maneira de se voltar a ter esperanças neste país. Caso contrário continuará a ser comparado aos piores, e mais atrasados, países da África.

Eduardo P. Lunardelli

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