O tema é longo para ser tratado em
dez linhas e muito sério para ser desenvolvido por mim. Sou um amador,
em todos os sentidos. Mas vou abordar o tema em poucas linhas. A
corrupção não é exclusividade brasileira. É verdade, porém, que aqui
encontrou clima e elemento humano que a fizeram gracejar em abundância.
Disse-me uma amiga, insuspeita, que em alguns países da África ela é
ainda maior. E não começou ontem. Vem do tempo do império. A política
sempre foi feita por famílias abastadas,
homens preparados, estudados. Com o advento do PT assumiu o poder uma
classe de gente absolutamente desqualificada de tudo. Faltava educação,
cultura e meios para se perpetuar no poder. Assaltar os cofres públicos,
corromper as empresas e empreiteiras foi a saída para ganharem eleições
de custos astronômicos. O despreparo e ganancia dos que nunca tiveram
fortuna levou-os aos equívocos populistas, e ao enriquecimento dos seus
dirigentes e partidários. Sempre usando cores ideológicas que nunca
professaram, fizeram política de resultados, onde o bem comum, função
maior da atividade pública, sempre ficou em lugar secundário. Nessas
circunstâncias ser empresário sério é muito difícil. Quem tem
responsabilidade social, emprega milhares de pessoas, acaba sucumbindo
aos achaques e às regras imorais de conduta. Não defendo o empresário,
banqueiro, industriais corruptos, mas asseguro que só existem porque
compactuam com o governo e seus métodos. Os que não aceitaram as regras
faliram, quebraram ou foram comprados pelos profissionais de estômago de
urubu. Aí vem a pergunta: quem nasceu antes, o ovo ou a galinha? O
político corrupto ou o empresário corruptor? O que é certo é que sem um,
o outro não prospera. Não adianta prender empresário sem prender o
político corrupto. Quebrar bancos, empreiteiras, e montadoras não vai
resolver o problema da economia nacional. Cassar partidos políticos
inidôneos, corruptos e corruptores é o mister primeiro. Moralizar a
política, valorizar os empresários sérios é a única maneira de se voltar
a ter esperanças neste país. Caso contrário continuará a ser comparado
aos piores, e mais atrasados, países da África.
Eduardo P. Lunardelli
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