Esta aconteceu na China. Um chinês preparava-se para ir ao mercado, que fica a alguns
dias de viagem. Está anoitecendo. O chinês despede-se da mulher.
— Até à volta, Mel de Crisântemo. Que quer que lhe traga do mercado?
— Eu queria um pente.
— Um pente? Está bem. Mas eu tenho que comprar tanta coisa, como é que me vou lembrar?
— Não precisará mais do que olhar para a lua. Veja: a lua é crescente. Pois bem, o pente que eu quero é exatamente da forma da lua crescente.
— Até à volta.
E o chinês parte. Chega ao mercado. Faz suas compras. Terminando-as, já bem tarde, lembra-se da promessa, mas não se lembra muito bem do objeto desejado pela mulher.
Encontra-se, nesse momento, junto de um mercador e lhe diz:
— Pois veja só: prometi levar um presente a minha mulher, mas não me lembro mais o que foi. Ah! sim, espera. Estou-me lembrando agora que ela me disse para olhar a lua.
— Olhe, é lua cheia.
(A lua, que estava no seu primeiro quarto no dia da partida do chinês, agora era cheia).
— Deve ser um objeto redondo.
E o chinês compra um espelho, paga-o, faz um pacote e põe-se a caminho para a volta.
Ao chegar em casa, diz-lhe a mulher:
— Bom dia, meu marido. Trouxe-me o que eu lhe pedi?
— Naturalmente. Aqui está.
E o chinês dá o pacote à mulher, que apressadamente o abre. Essa mulher nunca tinha visto um espelho. E vendo nele um vulto de mulher, fica indignada:
— Meu marido, comprou outra mulher!
E Mel de Crisântemo chora todas as lágrimas de seu pequenino coração. Os seus olhos chamam a atenção de sua mãe.
— Ah! mamãe, mamãe — grita ela. — Venha ver. Meu marido trouxe para casa outra mulher.
A mãe toma o espelho, olha-o e diz à filha:
— Fica sossegada: é tão velha e tão feia!
— Até à volta, Mel de Crisântemo. Que quer que lhe traga do mercado?
— Eu queria um pente.
— Um pente? Está bem. Mas eu tenho que comprar tanta coisa, como é que me vou lembrar?
— Não precisará mais do que olhar para a lua. Veja: a lua é crescente. Pois bem, o pente que eu quero é exatamente da forma da lua crescente.
— Até à volta.
E o chinês parte. Chega ao mercado. Faz suas compras. Terminando-as, já bem tarde, lembra-se da promessa, mas não se lembra muito bem do objeto desejado pela mulher.
Encontra-se, nesse momento, junto de um mercador e lhe diz:
— Pois veja só: prometi levar um presente a minha mulher, mas não me lembro mais o que foi. Ah! sim, espera. Estou-me lembrando agora que ela me disse para olhar a lua.
— Olhe, é lua cheia.
(A lua, que estava no seu primeiro quarto no dia da partida do chinês, agora era cheia).
— Deve ser um objeto redondo.
E o chinês compra um espelho, paga-o, faz um pacote e põe-se a caminho para a volta.
Ao chegar em casa, diz-lhe a mulher:
— Bom dia, meu marido. Trouxe-me o que eu lhe pedi?
— Naturalmente. Aqui está.
E o chinês dá o pacote à mulher, que apressadamente o abre. Essa mulher nunca tinha visto um espelho. E vendo nele um vulto de mulher, fica indignada:
— Meu marido, comprou outra mulher!
E Mel de Crisântemo chora todas as lágrimas de seu pequenino coração. Os seus olhos chamam a atenção de sua mãe.
— Ah! mamãe, mamãe — grita ela. — Venha ver. Meu marido trouxe para casa outra mulher.
A mãe toma o espelho, olha-o e diz à filha:
— Fica sossegada: é tão velha e tão feia!
Sacha Guitry
O texto acima foi extraído do livro “Maravilhas do Conto Francês”, Editora
Cultrix – São Paulo, 1958, pág. 319. Seleção de Jean P. L. Bellade e
organização de Diaulas Riedel.
Um comentário:
Introduçâo: O Chinês se prepara para uma viagem
Desenvolvimento: A mulher pediu um presente e ele esqueceu
Clímax: triste em frente ao espelho pois seu esposo esqueceu oque pediu
Desfecho: a mãe fala mesmo triste se torna tudo engraçado.
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