Em tempos de eleições, é oportuna a seguinte pergunta: é
possível exercer o chamado voto consciente? A resposta, em linhas gerais, é sim!
O voto consciente é aquele que é direcionado ao candidato ou à candidata que
julgamos ser o(a) melhor para governar e legislar em prol de todos os votantes.
Para muitos, na atual conjuntura, o voto consciente é aquele que é direcionado
ao menos ruim e não ao melhor.
Independentemente de suas peculiaridades, o voto
consciente, ou de qualquer outra natureza, é, sim, um ato de exercício da
cidadania.
Por mais difícil e
complexo que seja o quadro de representantes exposto para nossa escolha, o
sufrágio [voto] é fundamental para o fortalecimento de qualquer democracia.
Décadas de regime militar privaram os brasileiros deste direito. O movimento
público pelas Diretas Já [lembra-se?] foi um marco histórico na história
republicana brasileira. Neste contexto, a pregação em prol do voto nulo ou voto
em branco é mais uma manifestação de revolta ou indignação do que de consciência
cívica.
Entretanto, não se pode
julgar quem opta por estes tipos de votos. Afinal, a democracia é parte de uma
sociedade pluralista e multifacetada, pelo menos teoricamente. De todo modo, as
eleições para cargos públicos mexem com o cotidiano das localidades onde serão
realizadas. É um tempo em que diferenças vêm à tona, contradições são
exploradas, falhas são mencionadas, conquistas são relatadas, alianças políticas
são costuradas e desavenças são praticadas. Neste emaranhado de acontecimentos,
a população se vê em meio a um bombardeio de coisas boas e ruins [com mais
ênfase, normalmente, para as últimas].
Apesar de tudo isso,
ter o direito de escolher os nossos representantes foi uma das maiores
conquistas democráticas conseguidas. Qualquer democracia do mundo não pode se
furtar desta condição. Eu sei que muitos brasileiros [talvez uma grande parcela]
são contra a obrigatoriedade do voto. Tudo bem! Não vamos entrar em uma
interminável polêmica. No entanto, quem não escolhe ou não tem o direito de
escolher não pode cobrar com legitimidade o seu representante. O cerceamento
deste direito é um ato contra qualquer princípio democrático.
Bom, voltando ao foco
central deste texto, o voto consciente precisa ser exercido, de fato, com os
famosos pés-no-chão. Não se vota com consciência sob influência de terceiros. A
consciência, neste caso, tem que ser individual. A grande responsabilidade cabe
a cada eleitor. A cidadania só é legitimada pelo voto direto à medida que o
eleitor não seja influenciado por postulantes a cargos públicos que fazem do
pleito eleitoral um momento de exercer a sua arrogância e a sua vontade de
satisfação privada estimulada pelo poder e pela influência negativa que, via de
regra, são itens presentes em boa parte das candidaturas existentes em várias
localidades brasileiras.
Por fim, quero manifestar o meu apoio aos eleitores que, como eu, têm
a consciência da importância de se votar com segurança e conscientemente. Mesmo
sabendo que esta é uma tarefa complicada, não podemos nos furtar deste direito que nos foi concedido
depois de várias manifestações e reinvidicações da própria sociedade. Votar é
preciso, mas, de preferência, com consciência!
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