terça-feira, 15 de novembro de 2016

Os guerreiros domaram as bestas
Em seus passados para que os cascos das patas da noite
Não pudessem mais quebrar a visão
Ricamente ornamentada do coração.

O inteligente e o valente
Abrem cada aposento no futuro e expulsam
Todos os fantasmas da mente que têm o mal hábito
De escarrar por toda parte.

Por um longo tempo o universo tem estado
Germinando em sua espinha
Mas apenas um Santo tem o talento e
A coragem de golpear
O gigante-passado e as ansiedades futuras.

O guerreiro
Sabiamente senta-se num círculo com outros homens
Reunindo a força para desmascarar
A Si mesmo.

Depois
Senta, doando,
Como um grande planeta iluminado
Na Terra.

Hafiz 


Chama al-Din Muhammad Chiraz (conhecido como Hafiz, por volta de 1320-1390) é considerado por muitos como o maior poeta lírico da Pérsia (atual Irã) e um dos poetas orientais mais notáveis. Nascido em uma família pobre em Chiraz, onde viveu parte de sua vida, Hafiz desfrutou do patrocínio de Sha Shuia por muitos anos e em seus últimos anos o de Timur (Tamerlão). Esta obra apresenta os ghazals (poemas líricos) de Hafiz. Como em toda a poesia sufi, os gazais consistem em camadas de significados, desde a mais básica até a mais esotérica. Estudiosos têm dúvida sobre se o seu trabalho deve ser tomado literalmente ou metaforicamente. Alguns veem os poemas como semelhantes aos sonetos do amor puro e ideal de Petrarca, enquanto outros os consideram celebrações extáticas do divino. A linguagem elaborada e cerebral, por vezes, permite as duas interpretações ao mesmo tempo. Hafiz escreveu em persa e a complexidade linguística de sua poesia explica porque houve poucas traduções ocidentais. A edição de 1901 mostrada aqui, produzida pela editora do Distrito Militar Turquestão de Tashkent (atual Uzbequistão), é um exemplo de publicação oficialmente patrocinada em línguas orientais no Império Russo.

Nenhum comentário: