O escritor, filósofo e jornalista russo, é considerado um dos maiores
romancistas da história e um dos mais inovadores artistas de todos os
tempos. Fiodor Mikhailovich Dostoievski foi uma das maiores
personalidades da literatura russa, tido como fundador do Realismo – uma
corrente contrária ao idealismo da literatura romântica.
Sua mãe morreu quando ele era ainda muito jovem e seu pai, o médico
Mikhail Dostoievski, foi assassinato pelos próprios colonos de sua
propriedade rural em Daravoi, que o julgavam autoritário. Esse fato
exerceu enorme influência sobre o futuro do jovem Dostoiévski e motivou o
polêmico artigo de Freud: “Dostoiévski e o Parricídio”. Em São
Petersburgo, Dostoiévski estudou engenharia numa escola militar e se
entregou à leitura dos grandes escritores de sua época. Epilético, teve
sua primeira crise depois de saber que seu pai fora assassinado. Sua
primeira produção literária, aos 23 anos, foi uma tradução de Balzac (Eugénie Grandet). No ano seguinte escreveu seu primeiro romance, “Gente Pobre”, que foi bem recebido pelo público e pela crítica.
Em 1849 foi preso por participar de reuniões subversivas na casa de
um revolucionário, e condenado à morte. No último momento, teve a pena
comutada por Nicolau 1o e passou nove anos na Sibéria, quatro no
presídio de Omsk e mais cinco como soldado raso. Descreveu a terrível
experiência no livro “Recordações da Casa dos Mortos” e em “Memórias do
Subsolo”.
Publicou também contos e novelas. Criou duas revistas literárias e
ainda colaborou nos principais órgãos da imprensa russa. Seu
reconhecimento definitivo como escritor universal surgiu somente depois
dos anos 1860, com a publicação dos grandes romances: “O Idiota” e
“Crime e Castigo”. Seu último romance, “Os Irmãos Karamazov”, é
considerado por Freud como o maior romance já escrito.
Em suas obras tratou de temas como comportamentos patológicos,
grandes tragédias humanas, situação social, pobreza e cotidiano da
sociedade da segunda metade do século XIX. Segundo o escritor “Sofrer e
chorar significa viver”.
Primeiro romance de Dostoiévski, Gente pobre (1846) não é apenas um
prenúncio do que o autor de Crime e castigo faria no futuro. Nele já se
encontra um escritor com domínio pleno do seu ofício, a ponto de
Bielínski, principal crítico da época, ver na obra “mistérios e
caracteres da Rússia com os quais ninguém até então havia sequer
sonhado” e “a primeira tentativa de se fazer um romance social” no país.
Partindo das experiências de Púchkin, em “O chefe da estação”, e Gógol,
em “O capote”, que deram ao homem comum uma nova roupagem literária,
Dostoiévski criou uma narrativa epistolar que subverteu o gênero por
completo e foi imediatamente aclamada pelo público, fazendo de seu
autor, praticamente da noite para o dia, um escritor consagrado.
Colocado pela Crítica entre os romances mais notáveis de Dostoiévski,
Humilhados e Ofendidos é um retrato contundente e profundo da vida nas
grandes cidades. Escrito para ser publicado em jornal, sua narrativa
ágil atrai o leitor do começo ao fim, envolvendo-o em uma atmosfera de
grande tensão psicológica. A história, que tem como principais
personagens uma família empobrecida, um príncipe e um escritor, mostra
como a fortuna e o poder, aliados à argúcia, podem dominar completamente
as relações humanas.
Escrito na cabeceira de morte de sua primeira mulher, numa situação
de aguda necessidade financeira, Memórias do subsolo condensa um dos
momentos mais importantes da literatura ocidental, reunindo vários temas
que reaparecerão mais tarde nos últimos grandes romances do escritor
russo. Aqui ressoa a voz do homem do subsolo, o personagem-narrador que,
à força de paradoxos, investe ferozmente contra tudo e contra todos –
contra a ciência e contra a superstição, contra o progresso e contra o
atraso, contra a razão e a desrazão -; mas investe, acima de tudo,
contra o solo da própria consciência, criando uma narrativa ímpar, de
altíssima voltagem poética, que se afirma e se nega a si mesma
sucessivamente. Não é por acaso que muitos acabaram vendo neste livro
uma prefiguração das idéias de Freud acerca do inconsciente. O próprio
Nietzsche, ao lê-lo pela primeira vez, escreveu a um amigo – “A voz do
sangue (como denominá-lo de outro modo?) fez-se ouvir de imediato e
minha alegria não teve limites”.
Publicado em 1860, ‘Crime e Castigo’ é a obra mais célebre de
Dostoievski. Neste livro, Raskólnikov, um jovem estudante, pobre e
desesperado, perambula pelas ruas de São Petersburgo até cometer um
crime que tentará justificar por uma teoria – grandes homens, como César
ou Napoleão, foram assassinos absolvidos pela História. Este ato
desencadeia uma narrativa labiríntica que arrasta o leitor por becos,
tabernas e pequenos cômodos, povoados de personagens que lutam para
preservar sua dignidade contra as várias formas da tirania.
O Jogador é uma narrativa de forte e avassaladora tensão, em que os
desmandos da alma humana vêm retratados com espantosa profundidade
psicológica. Dostoiévski conta a história atormentada de Aleksei
Ivanovitch, um jovem que, atraído pelo jogo, arrisca o próprio destino,
incapaz de resistir ao fascínio da roleta.
Esta obra prima de Dostoiévski narra o destino do príncipe Michkin –
um homem destituído de qualquer maldade – que se vê atraído pela bela e
contraditória Natascha Filipovna. Um dos grandes romances de todos os
tempos, em que cada nuance do enredo parece espelhar o drama da condição
humana, em dúvida entre o bem e o mal, o desejo e a renúncia, o
altruísmo e o apego profundo de si.
Último romance de Fiódor Dostoiévski, ‘Os irmãos Karamázov’
representa uma síntese de toda sua produção e é tido por muitos como sua
obra-prima. O livro chega agora ao público brasileiro em tradução
direta do russo.
Fonte aqui
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