quarta-feira, 6 de maio de 2015

Agonia de um Filósofo

Consulto o Phtah-Hotep. Leio o obsoleto 
Rig-Veda. E, ante obras tais, me não consolo... 
O Inconsciente me assombra e eu nele rolo 
Com a eólica fúria do harmatã inquieto!

Assisto agora à morte de um inseto...! 
Ah!todos os fenômenos do solo 
Parecem realizar de pólo a pólo 
O ideal de Anaximandro de Mileto! 

No hierático areópago heterogêneo 
Das idéias, percorro como um gênio 
Desde a alma de Haeckel à alma cenobial!... 

Rasgo dos mundos o velário espesso; 
E em tudo, igual a Goethe, reconheço 
O império da substância universal!
Augusto dos Anjos

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