Conheça as peculiaridades das vidas privadas
de Napoleão, Lênin, Stálin e Hitler.
O diplomata americano Henry Kissinger uma
vez disse que “o poder é o melhor afrodisíaco” e, pelo visto, ele estava certo.
Confira na lista abaixo a vida sexual de quatro dos homens mais poderosos da
história.
Napoleão
O pequeno grande corso foi um adolescente
calmo e sem grande pulsão sexual, chegando anotar em seu diário que
“[o sexo] é perigoso à sociedade e à felicidade individual do homem”. É
provável que os primeiros relacionamentos do então futuro Imperador da França
não tenham acabado bem.
Napoleão, aos 14 anos, na Escola Militar de
Brienne, era um jovem tímido e sem muitos amigos - sua única amizade era a de
Pierre François Lougier de Bellencour, um jovem nobre homossexual, responsável
por causar-lhe grandes ciúmes. Acredita-se que suas primeiras experiências
sexuais tenham sido com esse moço. Entretanto, quando ambos foram à École
Militaire em Paris e Pierre começou a relacionar-se com outros homens, Napoleão
rompeu definitivamente com o amigo. Foi após esse episódio que a frase acerca do
sexo foi cunhada.
Seu primeiro contato sexual com o sexo
oposto do conquistador aconteceu com uma profissional do sexo de Paris. O
então franzino subtenente foi a um famoso bordel da cidade e procurou por uma
moça com experiência em rapazes inexperientes. Tudo aquilo, segundo o próprio,
não passava de “uma experiência filosófica” e acontecera apenas a título de
curiosidade. Mas a relação não foi prazerosa ao futuro Imperador – fato que o
afastaria do sexo feminino por algum tempo.
Napoleão só voltou a apaixonar-se novamente
no auge de seus 25 anos – a vítima da vez era a cunhada de seu irmão,
Desiree “Eugenie” Clary. A paixão, apesar de desaprovada pela família de
Eugenie, era mútua e ambos trocavam cartas de amor incandescentes.
O jovem Bonaparte, contudo, rompeu o
relacionamento por acreditar que a parceira não o amava o suficiente. A pobre
moça, desolada, encontrou conforto nos braços de Jean B. Bernadotte, futuro
Marechal da França e Rei da Suécia- a dinastia iniciada por Desiree e Jean
continua a governar o país escandinavo até hoje.
Napoleão ainda enfrentaria outra
decepção: foi feito de brinquedo sexual por uma matrona de 40 anos, Madame
Pernon, e apaixonou-se. Ao pedi-la em casamento recebeu escárnio como resposta.
Sim, a vida amorosa do rapaz era um fracasso absoluto.
Mas então apareceu Josephine…
Marie Josèphe Tascher de Beauharnais,
ex-viscondessa de Martinica, cujo marido havia sido guilhotinado durante a Fase
do Terror da Revolução Francesa, era uma sedutora e envolvente viúva que rodeava
os homens mais poderosos da França. Josephine era amante de Paul Barras, o chefe
do Diretório, órgão que governava o país, e conheceu Napoleão, à época General
do Exército do Interior, ao pedir-lhe um favor a seu filho.
O general caiu perdidamente de amores pela
viúva. Pressionado por Barras, ansioso por livrar-se da amante, Napoleão e Marie
Josèphe casaram-se numa cerimônia modesta em Paris, contra as bençãos de suas
famílias.
Beauharnais, no entanto, nunca foi mulher de
um único homem e logo após ver seu marido iniciar uma viagem em campanha pela
Europa, envolveu-se com outros homens. Com o tempo, como não haveria de ser
diferente, os rumores espalharam-se por toda França – Napoleão, perdidamente
apaixonado pela esposa, ignorava.
Mas a vida dá voltas. Durante a campanha
do Egito, o general apaixonou-se e teve um relacionamento breve com outra
mulher, Pauline Fourres. Também, durante sua estada na Polônia, o agora
ditador da França, caiu de amores por outra, a condessa de 19 anos, Anna
Polocka, com quem teve um longo relacionamento e um filho.
Cansado da esposa e com provas de suas
traições, o então Imperador divorciou-se da mulher e arranjou um novo casamento,
dessa vez com uma princesa: a sobrinha de Maria Antonieta, Marie Louise, mãe
de seu único filho legítimo. A aliança forjada com esse casamento provou-se um
erro estratégico, pois ao aliar-se com a Áustria, inimiga histórica da Rússia,
Napoleão viu-se forçado à guerra com essa última, o que selou sua queda. Foi
mais uma vez derrotado pelo amor.
Lênin
O revolucionário russo nunca fugiu de um
rabo de saia e tinha um fraco por mulheres que abraçassem os ideais
revolucionários. Seu primeiro amor foi Nadezhda Konstantina Krupskaya, a
Nadya, uma moça um ano mais velha que ele, fervorosa admiradora dos
trabalhos de Karl Marx. Segundo Nadya, quando ela leu O Capital pela primeira
vez: “[o livro] pareceu música aos meus ouvidos – os expropriadores sendo
expropriados! Meu coração batia tão forte que poderia ser ouvido à
distância”.
Os dois frequentemente eram vistos passeando
enquanto conversavam sobre as mazelas do capitalismo e planejavam uma futura
revolução. Embora o relacionamento fosse próspero, o futuro líder soviético
não contentou-se apenas com Nadya e terminou levando um fora de sua melhor
amiga, a também revolucionária Apollinaria Yakubova.
Quando Lênin e Nadya foram exilados, Lênin
pedira às autoridades para passarem o exílio juntos – pedido que foi prontamente
atendido, com a condição de que se casassem. O casal, após um tour por
diversas prisões, foi finalmente despachado à Sibéria, onde a Sra. Lênin teve
que lutar com diversas doenças que a tornaram estéril e roubaram sua antiga
beleza.
Ao escapar do exílio, Lênin foi a São
Petesburgo, em 1905, promover seus ideais sob um pseudônimo. Lá conheceu uma
jovem aristocrata, rica e divorciada, conhecida por Elisabeth de K. Foi amor à
primeira vista.
Elisabeth promovia encontros de revolucionários
em seu apartamento na cidade e protegeu Lênin das autoridades inúmeras vezes.
Durante a estada dele em Estocolmo, ela o acompanhou e o ajudou em seus
trabalhos. Entretanto, houve um desencontro de interesses: Lênin apenas se
interessava por política, a moça era apaixonada por arte. Romperam.
Dois anos depois, a jovem aristocrata, morrendo
de saudades do antigo amante, foi atrás dele em Paris – onde o líder socialista
morava. Lênin e Elisabeth reataram um relacionamento que durou mais nove
anos.
Enquanto ainda estivesse tendo um caso com
Elisabeth de K, Lênin conheceu outra mulher – que viria a ser o grande amor de
sua vida: Elisabeth d’Herbenville Armand, uma divorciada francesa. A moça
fora morar com os tios em Moscou após o falecimento de seu pai. Lá casou-se aos
18 anos com Alexander Armand, um jovem burguês filho do dono de uma tecelagem,
com quem teve cinco filhos. Cansada do marido, aventurou-se a transar com o
cunhado e, após cansar-se desse também, decidiu abandonar seu lar.
De Moscou, D’Herbenville foi a Estocolmo
trabalhar com a famosa feminista sueca Ellen Key. Foi na Suécia que ela teve
acesso à obra de Lênin e converteu-se numa bolchevique radical e entusiasmada. A
moça, de volta à nação eslava, participou da frustrada Revolução de 1905 e
chegou a ser presa três vezes e exilada na Sibéria, onde fugiu rumo à capital
francesa.
Ao chegar em Paris, sua fama já a precedia, e a
dedicada comunista foi recebida com honras pelo chefe do Partido, Lênin, com
quem teve uma simpatia à primeira vista. O revolucionário impressionou-se com a
inteligência e a sagacidade da moça e não era raro vê-los passando um tempo
juntos. Se Lênin frequentava um café, era certo que Elisabeth também estava
presente.
As afinidades eram muitas – ambos eram
apaixonados por Beethoven e tinham interpretações similares das obras de Marx –
e o amor floresceu naturalmente. Nadya, a mulher de Lênin, também gostava
muito de Elisabeth e não se importava do relacionamento dela com seu marido. Os
três formavam uma relação bem moderna a seu tempo e ficaram juntos até a morte
da francesa, em 1920.
Stálin
A primeira mulher de Stálin foi a georgiana
Ekaterina Svanidze, cujo irmão Aleksandr frequentava o mesmo seminário que o
futuro ditador da URSS – sim, Stálin quase se tornou padre. Eles se casaram em
1903, na Igreja Ortodoxa, por insistência da mãe da moça, embora o tirano já
tivesse abraçado o comunismo. Ekaterina também era muito religiosa: vivia em
oração pedindo a Deus que trouxesse seu marido de volta para o cristianismo,
enquanto Stálin planejava sua vida política no Partido. O casamento gerou um
filho, Yakov.
Apesar de terem pouco contato, Stálin amava
perdidamente sua mulher – por isso, ficou devastado quando ela faleceu em 1910.
Aos portões do cemitério, disse, quase anunciando seus planos futuros:
- Essa criatura amoleceu meu coração de
pedra. Ela está morta e com ela vão meus últimos sentimentos
humanos.
Após um período de luto, os desejos do
bolchevique voltaram a aflorar e, durante a Guerra Civil de 1919, o homem de
aço conheceu Nadya Alliluyeva, a filha de um abastado burguês, muito bonita,
que conheceu o tirano através de seus pais.
A jovem russa tinha apenas 16 anos – Stálin
já passava dos 40 – quando ele tirou sua virgindade. Embora o homem de aço
tivesse mais que o dobro de sua idade, ela achava o fervor revolucionário de
suas ideias algo extremamente romântico. A jovem, apesar dos protestos da mãe,
também se tornou uma bolchevique e casou-se com Stálin num “ato revolucionário”.
Passaram a lua de mel em meio à batalha da cidade de Tsaritisyn – que no futuro
seria rebatizada de Stalingrado.
Com o fim da Guerra, Stálin e Nadya retornaram
a Moscou e a jovem foi trabalhar como uma das secretárias de Lênin. O primeiro
filho deles, Vasily, nasceu nessa época em 1920. Depois tiveram uma menina,
Svetlana, em 1926.
Com o ascender do marido à posição de
Secretário-Geral do Partido Comunista da URSS – o cargo oficial de ditador do
país –, Nadya indignou-se com os privilégios dados à família, que ofendia seus
princípios ideológicos. Para afastar-se de casa, a revolucionária
inscreveu-se na universidade. Lá, descobriu, através de outros estudantes, o que
acontecia na Ucrânia – mais precisamente em Holodomor, onde a fome causada por
seu marido custaria a vida de cinco milhões de cidadãos.
Cada vírgula de indignação de Nadya foi
respondida por Stálin com desprezo, seguido dos mais cruéis insultos. O tirano
já estava tomado completamente pelo poder.
Ainda que não rompido com a mulher de modo
oficial, o ditador procurou conforto nos braços de outras mulheres. A
primeira foi uma serviçal de sua dacha, depois uma bailarina… e assim outras
tantas, incluindo filhas de poderosos: dentre uma de suas amantes estava a filha
de 16 anos de um membro do Politburo, que gerou um filho seu.
Desprezada pelo ditador, Nadya afundou-se na
depressão, até cometer suicídio. O caso foi abafado e a razão oficial da morte
foi tratada como mera apendicite.
Stálin não compareceu ao velório, tampouco
ao enterro da própria mulher, e depositou sua raiva na família dela: sua irmã
Anna foi sentenciada a dez anos de prisão, seu cunhado foi preso e executado;
seu irmão Pavel morreu de infarto ao saber da sentença de Anna e a mulher desse,
Eugenia, acabou presa no lugar do marido.
Hitler
Todo dia 18 de setembro, Adolf Hitler
depositava um buquê de flores no túmulo de Geli, sua sobrinha-amante, que, em
1931, cometera suicídio no apartamento dele, localizado na
Prinzregentenstrasse, em Munique. Tal golpe do destino atingiu terrivelmente o
futuro líder da Alemanha nazista, tanto que Hitler tentou segui-la na morte, mas
seu fiel amigo e secretário Rudolf Hess tomou-lhe a arma da mão no último
instante. Angela Raubal, a Geli, era filha de Angela, irmã de Hitler, e
possuía vinte anos a menos que o futuro Führer.
Eles se conheceram no verão de 1925, quando foi
imposta a ele a proibição de falar em público – o que o obrigou a dedicar-se
exclusivamente à escrita e a retirar-se para as montanhas. Hitler, na
solidão, convidou a irmã viúva para morar com ele e Angela mudou-se da Áustria,
terra natal da família, junto com sua filha, para cuidar do irmão.
Geli tornou-se seu grande amor e Hitler passava
cada segundo de tempo livre ao lado dela. Entretanto, a relação dos dois não era
fácil: o ciúme onipresente dele a sufocava e cortava toda e qualquer liberdade
da jovem – seu inevitável destino foi o suicídio.
Apesar de ser loucamente apaixonado pela
sobrinha, Hitler mantinha relações sexuais com, pelo menos, outras duas mulheres
de identidade desconhecida. O futuro ditador fazia seus encontros íntimos no
estúdio de seu amigo e fotógrafo pessoal, Heinrich Hoffmann, e foi através da
filha desse, Henriette, futura esposa do chefe da juventude hitlerista Baldur
von Schirach, que Hitler conheceu o amor de sua vida, Eva Braun.
A discreta Eva, após a morte de Geli, foi
gradualmente ganhando o carinho de Hitler. Para tanto, obedecia-lhe
incondicionalmente, não fumava na sua presença e apenas dançava em segredo.
Assim como também respeitava seus hobbies: não se opunha a ele passar longos
períodos apenas desfrutando de seus passatempos.
Hitler não era nada conservador em muitos
aspectos e em 01 de março de 1942 disse: “A mulher que tem uma filha
sozinha e decide cuidar dele é, para mim, mais importante do que uma solteirona.
Os preconceitos sociais estão em declínio. A natureza evolui. Estamos no caminho
certo”. Também não era um defensor do casamento e pensava que a humanidade
deveria ser liberta sexualmente.
Antes de chegar ao poder, ao lado de amigos,
Hitler se divertia em festas e comemorações. Com Joseph Goebbels frequentava o
teatro, a ópera e o cinema. Chegou até a possuir casos com atrizes famosas. A
loira, alegre e exuberante Gretl Slezak, filha do cantor judeu de ópera,
Leo Slezak, foi a primeira delas.
Goebbels também apresentara ao futuro Führer
a atriz Leni Riefenstahl, que depois da ascensão nazista ao poder caiu nas
graças de Hitler. Entretanto, curiosamente, tais relações não envolviam sexo
e Hitler costumava dizer que possuíam “aspecto maternal”. O ditador sempre
gostou de, sabe-se lá a razão, estar rodeado de mulheres bonitas.
Ao longo do tempo, com a guerra avançando,
Hitler, que sempre gostara da companhia de mulheres, afastou-se delas e
curiosamente só manteve Eva Braun ao seu lado. A lealdade incondicional de
Eva foi “recompensada” quando os dias do Terceiro Reich chegavam ao fim: Hitler
se casou-se com ela pelos “muitos anos de amizade fiel” em 30 de abril de 1945.
De acordo com a história oficial, o casamento foi seguido de suicídio: Eva com
um frasco de veneno e Hitler com um tiro na cabeça. O episódio representou o fim
definitivo do nazismo.
Spotniks
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