Dizem que depois dos 40 a gente muda para a fase do "não posso", "quem sabe" ou "talvez".
Pois bem, acabo de me enquadrar no time dos que "não podem", embora desconfie que já fui escalado para o "quem sabe" e o "talvez" faz tempo!
Pois bem, acabo de me enquadrar no time dos que "não podem", embora desconfie que já fui escalado para o "quem sabe" e o "talvez" faz tempo!
É que hoje, de repente, resolvi visitar o médico endoscopista e por fim aquela queimação de estômago que me acompanha feito sombra há algum tempo. E não deu outra, após um breve interrogatório o médico receitou-me um menu de restrições alimentares nunca antes visto. Agora, "não posso" isso, "não posso" aquilo, aquilo outro faz mal, não como assim nem assado, não bebo cerveja, refrigerante, whisky, cachaça, fumar continuo não podendo (nunca fumei mesmo), comer, ou melhor, mastigar rápido então, nem pensar, nem um inofensivo chicletes!
Mas, diante de tantos condicionamentos, proibições e nãos, mastigar mais o que? Do que me apetece restou-me quase nada? Até mesmo o cafezinho que eu achava inofensivo virou inimigo declarado de meu estômago.
Decididamente estou fadado a debulhar o terço dos "não posso e dos faz mal". Logo eu que tanto gosto de café.
A propósito dessa quase preferência (e permissão) nacional pelo cafezinho, é de se dizer que o rei Gustavo III da Suécia que adorava a ciência com a mesma intensidade que odiava o café resolveu travar um embate velado contra a bebida. No fim do século 18 tentou provar que o café era um veneno (assim como o endoscopista está tentando fazer comigo, desconfio até que esse médico seja descendente direto do monarca sueco). E fez um teste: um preso tomaria uma botija de café todos os dias, enquanto outro beberia chá. Durante anos, a saúde de ambos foi monitorada pelo médico do monarca.
O resultado, porém, teria surpreendido o rei - isso se ele estivesse vivo para ver. Gustavo morreu em 1792. Meses depois morreu o médico. Mais alguns anos, e foi a vez do bebedor de chá. O que tomou café morreu só 12 anos depois.
- Ufa, ainda bem!
Teófilo Júnior
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