Só mesmo na imaginação de alguém uma socialite norte-americana branca, ex-líder de torcida, casada com um empresário bem-sucedido e mãe de um casal de pré-adolescentes adotaria um jovem negro de 1,95 metros e 140 quilos, colocando-o dentro de sua casa mesmo sem nada saber sobre seu passado.
Porém, como se trata de um fato real cujo fim é tão ou mais bonito do que o de um conto de fadas, não foi possível ignorar a história da decoradora de interiores Leigh Anne Tuohy e de seu filho adotivo, o jogador de futebol americano Michael Oher, que já havia rendido em 2006 o livro "The Blind Side: Evolution of a Game".
Para emplacar o encontro desses dois mundos nas telas, o diretor John Lee Hancock e os produtores Broderick Johnson e Andrew Kosove resolveram apostar na improvável Sandra Bullock, único nome de destaque do elenco de "Um Sonho Possível".
Qualquer atriz com experiência e talento em papéis dramáticos interpretaria Leigh Anne Tuohy com facilidade, mas dificilmente ganharia o destaque de Bullock, mais conhecida por suas atuações cômicas, como a policial mal humorada da série "Miss Simpatia".
O esforço em fazer sua personagem soar verossímil, sobressaindo tanto em cenas emotivas quanto nas engraçadas, rendeu a atriz uma temporada de prêmios difícil de esquecer: Bullock pôde colocar em sua prateleira o Globo de Ouro de melhor atriz dramática, o prêmio do sindicato dos atores (SAG) e, por último, o Oscar de melhor atriz.
"Um Sonho Possível" deve entrar para a história como o filme que fez a crítica agraciar o esforço de Sandra Bullock em ser uma atriz séria. Não que ela tenha chegado lá, mas de fato mostrou potencial e, o melhor, sem perder a veia cômica.
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