Pesquisa do Instituto Paraná informa que quase a metade dos eleitores
- 47,3% para ser exato - pretende votar em branco ou anular o voto para
deputado federal na eleição parlamentar do ano que vem.
Não é uma beleza? O sujeito, por todos os motivos, está
decepcionado com nossa representação política e convencido de que a
maioria dos eleitores brasileiros é composta de irresponsáveis que só
elegem filhos do capeta. Enojado por tanta safadeza, gostaria de ver todos longe do Congresso e presos. Qual
sua reação? Faz beicinho, pega seus caminhõezinhos e vai embora dizendo
que não brinca mais. Vai votar em branco, num gesto tão proveitoso
quanto um chute na parede.
No entanto, é das pessoas conscientes da má qualidade de nossa
representação parlamentar que se esperaria uma reação racional, capaz de
promover a eleição de pessoas melhores, mais qualificadas. Ao
eleitor indignado, o bom senso recomenda um chá de maracujá para
acalmar, um bom período de observação da cena política no seu entorno, a
análise dos nomes mais qualificados e o subsequente empenho pessoal
para eleição, em 2018, do candidato escolhido.
Se, ao contrário, esses eleitores ficarem em casa, não entrarem na
fila para votar, a única certeza possível em relação à próxima
legislatura é a de que a quota de filhos do capeta será muito maior. E
nossos amigos de beicinho estarão, queiram ou não, na fila dos que vão
pagar a conta. Os que se lambuzaram junto com os corruptos e os que a
eles venderam seus votos continuaram povoando o covil de ladrões. Só os indignados, os decepcionados e os que se julgam impotentes podem fazer diferença.
Atenção! Olha a ficha caindo! A campanha pelo voto em branco
só não é patrocinada pela Organização Criminosa que devastou o país
porque há quem, desinformado das consequências, faça a campanha por ela,
afastando das urnas os eleitores de que os bons candidatos precisam.
Diário do Poder
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