Tolstói não levou o Nobel, nem Proust, Joyce e Greene. Jorge Luis Borges
não ganhou o Nobel, nem Nabokov, Virginia Woolf e Drummond. Mas todo
ano são abertos os arquivos do prêmio de 50 anos atrás e descobrem-se
coisas.
Agora descobriu-se as razões, certamente
esdrúxulas, que tiraram o prêmio de Borges em 1967. Estava decidido que
o vencedor seria um latino-americano. Então Borges era franco-favorito,
só que perdeu a láurea para o guatemalteco Miguel Ángel Asturias. Os
motivos? Ora, o então presidente do comitê do Nobel, Anders Osterling,
achava o escritor “demasiado exclusivo ou artificial em sua engenhosa
miniatura”.
A sumidade também barrou outros autores
importantes. Um ano antes, em 1966, havia eliminado Samuel Beckett.
Achava-o “niilista e pessimista”, fora do que considerava “o espírito da
Academia”. Beckett acabou virando o jogo e recebeu o prêmio em 1969. O
mesmo não aconteceu com Borges, morto em 1986 sem o Nobel.
Do Blog do Milton Ribeiro
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