Minha mãe dizia: "Quando um não quer, dois não fazem." Mas isso é do
tempo da minha mãe. Hoje na Suécia e na França os governos estudam criar
leis que determinem que parceiros sexuais pratiquem seus atos só depois
do consentimento explícito. Vale para homens e mulheres. Entre si, ou
como quiserem. Alegam as autoridades desses países que a medida é para
dificultar o crime de estupro, ou de assédio sexual, que vem abalando o
mundo, depois das denúncias de famosos de Hollywood. Pode parecer piada,
mas aquilo que sempre foi natural entre os sexos, passou a ser motivo
de chantagem, publicidade, processos, escândalos e manchetes na mídia.
Casos de vinte a trinta anos passaram a ser denunciados judicialmente.
Há casos que o acusado já nem lembra, por conta da idade, mas admite
poder ter acontecido. Na época era normal que acontecesse. Normal e
desejado. Hoje é que a coisa esta ficando estranha. Imaginem a cena de
um casal (não importando o gênero) em que antes do primeiro beijo o
outro exige que façam uma declaração autorizativa. Poderá ser feita em
papel apropriado, em duas vias, cujo bloco um dos parceiros leva na
mochila. Na falta de papel e caneta poderá ser feita através de WhatsApp.
Mas se o iPhone estiver sem bateria, ou fora da área de cobertura, nada
feito. Sem declaração não se faz mais sexo.
Eduardo P. Lunadelli
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