quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Último credo

Como ama o homem adúltero o adultério
E o ébrio a garrafa tóxica de rum,
Amo o coveiro este ladrão comum
Que arrasta a gente para o cemitério!


É o transcendentalíssimo mistério!
É o nous, é o pneuma, é o ego sum qui sum,
É a morte, é esse danado número Um,
Que matou Cristo e que matou Tibério.


Creio como o filósofo mais crente,
Na generalidade decrescente
Com que a substância cósmica evolue...


Creio, perante a evolução imensa,
Que o homem universal de amanhã vença
O homem particular que eu ontem fui!


Augusto dos Anjos

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