Para presidente do TSE, lei aprovada no Congresso não atinge candidatos já condenados
Aprovado pelo Congresso como remédio contra a corrupção na política, o projeto Ficha Limpa não deve alterar o perfil das candidaturas este ano.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Ricardo Lewandowski, jogou um balde de água fria na euforia dos que esperavam que a lei enquadrasse os candidatos já condenados.
Segundo o ministro, ela só poderá ser aplicada contra pessoas condenadas no intervalo de tempo entre a sanção pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o registro das candidaturas.
Como Lula tem até 15 dias para confirmar ou não o texto do projeto — ou seja, 3 de junho —, dificilmente algum candidato será enquadrado nas novas regras para as eleições deste ano. O prazo para o registro das candidaturas na Justiça Eleitoral vai de 10 de junho a 5 de julho.
Segundo Lewandowski, uma lei não pode retroagir para prejudicar alguém. Por outro lado, a Justiça Eleitoral costuma considerar, em seus julgamentos, a situação da pessoa apenas na data do registro para examinar a validade dele — ou seja, condenações posteriores não seriam levadas em consideração.
— A lei só pode retroagir para beneficiar alguém, nunca pode prejudicar — disse o ministro.
Lewandowski, entretanto, elogiou a aprovação do projeto. Para ele, a medida servirá para melhorar a qualidade da política brasileira. Como consequência, ele considera que "o povo brasileiro estará bem melhor representado" no próximo ano, se a lei for aplicada nas eleições de outubro.
— Foi um avanço importante, (a lei) prestigiou o princípio da moralidade. Essa lei foi aprovada em um momento extremamente oportuno, porque permite que se possa fazer a melhor escolha possível. Os partidos estão na obrigação moral de escolher os melhores candidatos em termos de antecedente, porque essa foi a manifestação praticamente unânime do Congresso, que representam a voz do povo.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, também comemorou a nova regra e defendeu a aplicação nas eleições deste ano. Já há duas consultas no TSE questionando se a lei poderia ser aplicada este ano. Lewandowski disse que a dúvida será respondida em breve, antes do prazo para o registro das candidaturas.
— A posição do Ministério Público será no sentido de dar máxima efetividade, ou seja, exigir o cumprimento já a partir deste ano — disse Gurgel.
Para o procurador, a nova lei contribuirá para expulsar os corruptos da política brasileira:
— A partir do momento em que você afasta os chamados fichas-sujas, você melhora sim o nível da política brasileira.
Gurgel disse que não entrará com ação para questionar a validade da lei no Supremo Tribunal Federal (STF).
— O MP vai trabalhar pela aplicação da lei, acho que é um apelo da sociedade brasileira, e é preciso que ela (a lei) seja implementada.
Deu em O Globo
Carolina Brígido:
Aprovado pelo Congresso como remédio contra a corrupção na política, o projeto Ficha Limpa não deve alterar o perfil das candidaturas este ano.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Ricardo Lewandowski, jogou um balde de água fria na euforia dos que esperavam que a lei enquadrasse os candidatos já condenados.
Segundo o ministro, ela só poderá ser aplicada contra pessoas condenadas no intervalo de tempo entre a sanção pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o registro das candidaturas.
Como Lula tem até 15 dias para confirmar ou não o texto do projeto — ou seja, 3 de junho —, dificilmente algum candidato será enquadrado nas novas regras para as eleições deste ano. O prazo para o registro das candidaturas na Justiça Eleitoral vai de 10 de junho a 5 de julho.
Segundo Lewandowski, uma lei não pode retroagir para prejudicar alguém. Por outro lado, a Justiça Eleitoral costuma considerar, em seus julgamentos, a situação da pessoa apenas na data do registro para examinar a validade dele — ou seja, condenações posteriores não seriam levadas em consideração.
— A lei só pode retroagir para beneficiar alguém, nunca pode prejudicar — disse o ministro.
Lewandowski, entretanto, elogiou a aprovação do projeto. Para ele, a medida servirá para melhorar a qualidade da política brasileira. Como consequência, ele considera que "o povo brasileiro estará bem melhor representado" no próximo ano, se a lei for aplicada nas eleições de outubro.
— Foi um avanço importante, (a lei) prestigiou o princípio da moralidade. Essa lei foi aprovada em um momento extremamente oportuno, porque permite que se possa fazer a melhor escolha possível. Os partidos estão na obrigação moral de escolher os melhores candidatos em termos de antecedente, porque essa foi a manifestação praticamente unânime do Congresso, que representam a voz do povo.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, também comemorou a nova regra e defendeu a aplicação nas eleições deste ano. Já há duas consultas no TSE questionando se a lei poderia ser aplicada este ano. Lewandowski disse que a dúvida será respondida em breve, antes do prazo para o registro das candidaturas.
— A posição do Ministério Público será no sentido de dar máxima efetividade, ou seja, exigir o cumprimento já a partir deste ano — disse Gurgel.
Para o procurador, a nova lei contribuirá para expulsar os corruptos da política brasileira:
— A partir do momento em que você afasta os chamados fichas-sujas, você melhora sim o nível da política brasileira.
Gurgel disse que não entrará com ação para questionar a validade da lei no Supremo Tribunal Federal (STF).
— O MP vai trabalhar pela aplicação da lei, acho que é um apelo da sociedade brasileira, e é preciso que ela (a lei) seja implementada.
Deu em O Globo
Carolina Brígido:
2 comentários:
PROCURA-SE UM FICHA LIMPA DE VERDADE NA POLÍTICA! EU DISSE : DE VERDADE!!!! EXISTE ?
É tanta corrupção no Brasil, que a gente chega a pensar que essa Lei, mesmo sendo aprovada pelo Congresso, ainda não se cumpra quando algum candidato for acusado de atos corruptos. Porque, a exemplo do senador Efrain Morais,
que criou a CPI dos Bingos, mas que, no entanto, logo passou a ser acusado de usar de "laranjas" em seu gabinete, como a notícia a poucos dias, espalhou a televisão e os ouvidos de todos os brasileiros.
Por outro lado disso, é uma inciativa, um avanço sim para melhorar a nossa democracia, a nossa política tão suja e descredenciada.
Também ainda é de um valor alto por ter sido criado pela participação popular, pois no brasil, não costumamos usufruirmos e saímos bem quando lutamos por alguma melhoria; se fizermos greves para protestarmos contra a impunidade, somos pisados e esmagados, porque o governo, ou o prefeito ou o governador, ignora as nossas reinvidicações.
Diferente das manifestações que acontecem em outros países, quando buscam seus direitos, quase sempre são atendidos.
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