Criativos leitores, para evitar problemas imaginemos que em uma
pequena cidade da França ou da Alemanha um Prefeito foi denunciado
porque estaria proibindo um servidor de exercer a função para a qual
prestara concurso. Na presença do Juiz o alcaide confirmou que
realmente não estava permitindo o tal servidor de dirigir o ônibus
escolar recém adquirido porque o histórico dele não recomendava:
“- Imagine, Doutor Juiz, que uma vez ele dirigia uma ambulância daqui
até a capital levando um paciente e o acompanhante. No caminho a
ambulância capotou e os passageiros morreram. De outra feita levava para
a cidade vizinha um time de futebol e no acidente que ele provocou só
escaparam os reservas, porque viajavam em outra Kombi. O senhor acha que
eu posso confiar nele para levar crianças à escola?”. O Juiz manteve a ordem; ele teria que colocar o servidor para dirigir porque se tratava de desvio de função. Num último apelo o Prefeito suplicou: “-
Então, Doutor, deixa eu fazer uma coisa melhor; a prefeitura continua
pagando o salário do servidor e eu o coloco à disposição da Justiça para
ser seu motorista”. A Excelência voltou atrás imediatamente.
Meses depois foi chamado por outra autoridade que reclamava da queda
do muro do cemitério, ocorrida há três meses sem qualquer providencia da
municipalidade. Resolveu a questão rapidamente: “-
Excelência, a cidade está sem agua há dois anos e o dinheiro só dá para
os carros pipa. Vamos deixar o conserto do muro para quando chover,
porque quem está lá dentro não tem como sair e quem está do lado de fora
não quer entrar de jeito nenhum”.
Aliás, esse cemitério tem um outro momento interessante. Logo que o
Prefeito assumiu, tratou de realizar concurso público para o cargo de
coveiro, e foi avisado que os coveiros trabalham 24 horas e folgam 72
horas, de modo que contratou 3 coveiros. No entanto, num domingo à
tarde em que havia necessidade de realizar um sepultamento, a esposa do
plantonista avisou que o marido estava bebendo desde as 9 da manhã no
bar de Isaura. O Prefeito foi até lá e realmente encontrou o coveiro morto de bêbado e atrevido: “- Vou abrir cova pra ninguém não, e se achar ruim na próxima eleição minha família vota no outro lado”.
Abismado, perguntei ao Prefeito qual foi a solução. “- Doutor Marcos, pelos 20 votos da família dele eu abriria mais 5 covas, quanto mais só aquela”.
Marcos Pires
Correio da Paraiba
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