Em 27 de outubro de 1892 nasceu, no sertão de Alagoas, Graciliano Ramos
Graciliano Ramos, ou Mestre Graça, como era chamado pelos
amigos, foi romancista, cronista, contista, jornalista, político e
memorialista brasileiro do século XX. Ele marcou a literatura brasileira
com obras que retratam a vida do homem nordestino no sertão. O escritor
fez parte da segunda fase do modernismo, que teve o regionalismo como
principal característica. Raquel de Queiroz, Jorge Amado e José Lins do
Rego foram alguns autores que também compartilham a fase.
Em importantes obras, como Vidas secas e São Bernardo,
é possível perceber o realismo utilizado pelo autor para descrever as
dificuldades da vida no sertão. Por ter vivido grande parte da vida no
interior de Alagoas, Graciliano conhecia de perto essa realidade.
Pela ligação com o comunismo, Graciliano foi preso durante a ditadura de Getúlio Vargas. O período na prisão foi retratado em Memórias do cárcere,
que traz um episódio importante da história: a entrega de Olga Benário
aos alemães. O livro foi lançado sem o último capítulo, já que o autor
morreu antes de terminar a obra.
Conheça algumas de suas obras.
Caetés é o primeiro romance do escritor brasileiro Graciliano Ramos
publicado em 1933. A história desenvolve-se em Palmeira dos índios,
cidade em que viveu Graciliano Ramos. João Valério, o personagem
principal e também narrador, é o guarda-livros da casa comercial
Teixeira & Irmão. O enredo se desenvolve em dois planos: a paixão de
João Valério por Luísa, mulher de Adrião, dono do armazém onde ele
trabalha; e a tentativa de Valério escrever um romance histórico sobre
os índios caetés. O cotidiano da classe média da pequena cidade nos é
apresentado lentamente, em um texto conciso e sintético, marca de
Graciliano em toda a sua produção.
O livro conta a história de Paulo Honório, um homem simples que,
movido por uma ambição sem limites, acaba transformando-se em um grande
fazendeiro do sertão de Alagoas, casando-se com Madalena para conseguir
um herdeiro. Incapaz de entender a forma humanitária pela qual a mulher
vê o mundo, ele tenta anulá-la com seu autoritarismo. Com este
personagem, Graciliano Ramos traça o perfil da vida e do caráter de um
homem rude e egoísta, do jogo de poder e do vazio da solidão, em que não
há espaço nem para a amizade, nem para o amor.
Foi escrito na época em que o escritor estava preso pelo governo
Vargas, sendo considerado um dos romances mais ricos da literatura
brasileira. A estrutura “desordenada” do texto narrativo, escrito em
primeira pessoa, descreve a mente perturbada do narrador personagem Luís
da Silva. Utilizando o recurso do monólogo interior, Graciliano faz
ajustes ao ponto de vista do protagonista, que conjuga o uso da memória
pela imaginação.
Lançado originalmente em 1938, é o romance em que Graciliano alcança o
máximo da expressão que vinha buscando em sua prosa. O que impulsiona
os personagens da obra é a seca, áspera e cruel, e, paradoxalmente, a
ligação afetiva que expõe naqueles seres em retirada, à procura de meios
de sobrevivência e de um futuro.
Uma autobiografia que mostra as recordações da descoberta do curioso e
diferente mundo dos adultos. Publicado em 1945, o livro percorre um
período que vai dos dois anos do narrador até a puberdade.
A obra reafirma o compromisso de Graciliano com a justiça social sem
negociar sua liberdade literária. Um relato imprescindível de uma época
de fortes paixões políticas e ideológicas, feito por um dos maiores
escritores da literatura brasileira.
Esta obra reúne treze contos em que estão presentes a secura emotiva e
a economia vocabular, características estilísticas do autor, que
convivem com a precisão psicológica.
É o testemunho de Graciliano Ramos sobre a prisão a que foi submetido
durante o Estado Novo. Uma narrativa amarga de alguém que foi
torturado, viveu em porões imundos e sofreu privações provocadas por um
regime ditatorial.
Fonte e créditos aqui
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