Há
semanas que os assuntos para uma pequena e despretensiosa
crônica diária é abundante. Outras o parto é difícil. Equilibrar temas e
assuntos, todos os dias, não é tarefa fácil. Aquele que sempre tem uma
piadinha
pronta, ou conta histórias que não interessam absolutamente a ninguém, é
o
chato de carteirinha. Falar só de política acaba cansando. Os corruptos,
e
delinquentes políticos, vencem pelo nosso cansaço. E temos ainda que
considerar
que não há a menor possibilidade de agradar gregos e troianos. Os meus
vinte
leitores que consegui reunir, depois de anos de uma crônica, todo santo
dia, e
tendo eles gênero, e idade muito diversa, já é um sucesso. Sem falar na
disparidade intelectual. Brindam-me com suas leituras donas de casa
aposentadas, advogados ranzinzas, artistas, escritores, ex-colegas de
ginásio,
e eventualmente um ou outro parente. O que sabem é que de futebol eu não
trato.
Música também não é minha praia. Reclamam porque falo (escrevo) sobre
política,
e livros em demasia. Quando faço uma crônica mais "picante", os
moralistas não curtem. Não é fácil, e nem estou preocupado agradar a
todos.
Fiquei sabendo que tenho uma leitora no Rio de Janeiro que não faz nada,
ao
acordar pela manhã, sem antes dizer para o marido: "Vamos ler a pérola
do
dia", se referindo, sarcástica e ironicamente, às minhas publicações.
Tomei como um
elogio, apesar da ironia e sarcasmo. A luta para cativar, e condicionar o
"consumidor" de
qualquer coisa, de pasta de dente, a massa de tomate, é insano. Uma
crônica é a
mesma coisa. As pérolas nascem do incomodo de um grão de areia.
Torna-las um
vício ou hábito já é um feito. Espero poder continuar a ser, não uma
pérola, mas um grão de areia e provocar as mentes e imaginação dos meus
leitores.
Eduardo P. Lunardelli
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