sábado, 16 de agosto de 2014

A verdade

[...]"Nietzsche vê a verdade basicamente como uma metáfora, uma metáfora extremamente bem-sucedida nessa tradição pela qual os homens caracterizaram sua posse do conhecimento simplesmente esquecendo a origem arbitrária dessa metáfora, daquilo que não é, nem pode ser, mais do que uma imagem. Os conceitos e as palavras seriam apenas metáforas que em nada correspondem às entidades originais que pretendem representar cognitivamente. A verdade e o conhecimento seriam assim mera conveniência, uma convenção humana para facilitar a comunicação e o entendimento entre os homens, mas acabaram por tornar-se a base do conhecimento da realidade e da ciência, sem nos darmos conta de sua origem convencional, como 'uma moeda que, gasta demais, perdeu a sua efígie'. Passamos a nos iludir quanto à possibilidade do conhecimento e nos fechamos em posturas dogmáticas resultado do trabalho de nosso intelecto, esse 'mestre da dissimulação', nas palavras de Nietzche."
 
 
Do livro "A verdade" (Coleção Filosofias: o prazer do pensar, dirigida por Marilena Chauí e Juvenal Savian Filho, editora Martins Fontes), do filósofo Danilo Marcondes.

 
Sugestão de postagem do amigo Adauto Neto

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